terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 34




Capítulo 34

                Jun chegou à Terra das Cataratas duas horas depois do planejado, o último voo atrasara. Tudo o que seu corpo pedia era uma boa ducha e uma cama macia e cheirosa, mas ele não podia dar-se ao luxo de dormir, ele tinha que ir atrás de Eloise.
                Para livrar-se de sua mala, Jun pediu que o táxi o deixasse no mesmo hotel em que estivera da outra vez. Observou a grande suíte: era a mesma que estivera com os quatro amigos. A decoração era praticamente igual à que se lembrava, adicionando uma coisinha ali, mudando a colcha da cama... Ele quase se sentia em casa. Não resistiu e enfiou-se sob o chuveiro. A água que escorria por seu corpo parecia carregar o cansaço consigo, deixando-o mais leve.
                Vestiu uma roupa confortável, tomando o cuidado de carregar um casaco consigo, afinal, mesmo que não nevasse, essa era uma época fria, mesmo que fosse o Brasil. E torcendo para que tudo desse certo, deixou o hotel, chamando outro táxi.
                – Pode me levar nesse endereço? – Jun pediu, em português com um leve sotaque, entregando ao taxista um papel com o endereço anotado caprichosamente.
                Assim que voltou ao Japão, Jun teve a brilhante ideia de aprender um novo idioma. Seria uma surpresa para todos quando Eloise fosse para lá, mas isso nunca aconteceu. Durante os cinco anos que se passaram, Jun se desdobrava para encaixar um professor particular de português em sua agenda sempre lotada, tomando o cuidado para que ninguém descobrisse. Nem mesmo seus amigos, afinal seria uma surpresa.
                O táxi parou com um leve solavanco em frente a uma escola. Jun sorriu, entregando ao taxista uma nota de 50 reais.
                – Pode ficar com o troco. – disse enquanto descia do carro – Obrigado.
                Ele se perguntava se estava alucinando ao pensar que a pequena Harumi o ajudaria com seu plano maluco, mas era sua única chance. Tivera a ideia enquanto vasculhava os emails de Eloise, encontrando lá o nome da escola em que a pequena estudava. Com uma breve pesquisa, tinha o endereço em mãos. Constatou que em poucos minutos centenas de crianças atravessariam aquele portão e entre elas estaria Harumi. Torceu para que conseguisse reconhecê-la pelas poucas fotos que Eloise lhe mandou.
                Quando as crianças começaram a passar pelos portões, Jun observou-as uma a uma, até que avistou uma linda mestiça de cabelos negros e olhos claros, levemente puxados, como os seus. Sorriu, esperando que ela saísse do meio da avalanche de crianças.
                – Haru ~mi! – Jun chamou, alguns passos atrás dela, com um grande sorriso no rosto.
                A pequena virou-se quase imediatamente ao ouvir seu nome. Procurou quem a chamara e ao deparar-se com o olhar esperançoso de Jun, teve certeza que fora ele. Depois de alguns segundos em que observou-o curiosamente, Harumi aproximou-se e sorriu.
                – Tio Jun! – exclamou, assustada por vê-lo ali.
                – Como você cresceu! – ele sorriu, com medo de aproximar-se mais dela.
                – Hm. – ela segurou a mão dele – Veio pra me levar pra casa?
                – Na verdade, não... mas se quiser... – surpreendeu-se, sendo guiado por Harumi – Onde está sua okaasan?
                – Procurando trabalho. – seus olhinhos curiosos o encaravam profundamente – Mas hein, porque está aqui?
                – Você sabe guardar segredos? – perguntou.
                – Sim! – Harumi quase deu pulinhos quando ele falou em segredos.
                – Então vou te contar um, está bem? Mas ninguém pode saber! – advertiu.
                – Fala logo! – Harumi impacientou-se.
                – Eu vim buscar você e sua okaasan... mas eu preciso de ajuda. – Jun sorriu, observando-a esperançosamente.
                – Buscar? Pra ir pro Japão?  – os olhos dela se iluminaram ainda mais.
                – Isso mesmo! Você quer ir?
                – Claro que eu quero! Mas acho que a okaasan não quer. – o brilho de seus olhos sumiu e Jun percebeu que ela se lembrara do pai.
                – Haru, se você me ajudar ela vai querer ir. – afagou-lhe o topo da cabeça.
                – Mas tio Jun, desde quando você fala português? – constatou, curiosa como só ela.
                – Shiiiii, – levou um dedo aos lábios – esse é outro segredo.
                Durante o percurso até sua casa, Jun contou o que queria fazer e pediu que ela levasse a mãe às Cataratas no dia seguinte. Com um sorriso largo, Harumi concordou, sabendo que a mãe ficaria mais feliz longe de todas aquelas coisas que lembravam seu otousan.
                Chegando ao prédio em que elas moravam, Jun beijou a testa da pequena, despedindo-se com um sorriso.
                – Estou contando com você! – acenou – E lembre-se de guardar segredo!

*-------------*

                Jun não tinha certeza se Harumi conseguiria não dizer nada, mas ela era a única aposta possível. Ele queria surpreender Eloise. Seguiu o caminho até o Hotel a pé, lentamente. Não havia mais o que fazer, agora ele tinha que esperar até o dia seguinte.
Em meio à avalanche de coisas que se passavam em sua mente, Jun lembrou-se que ainda não havia ligado para Aiba. Quando Sho lhe disse que Jéssika estava grávida e que finalmente aceitara o pedido de casamento de Aiba, Jun nem conseguiu acreditar, mas aquela notícia acabou ficando em segundo plano. Então, assim que chegou ao hotel, Jun vestiu um pijama largo, retirou as lentes e pegou o celular, digitando todos aqueles códigos para ligações internacionais antes do número de Aiba.
Era difícil um dia em que Aiba não estivesse alegre, mas só por sua voz Jun percebeu que ele estava ainda mais feliz que o normal. Parabenizou-o e perguntou como estava tudo por lá. Então lembrou-se do fuso horário, percebendo que havia acordado o amigo. Desculpou-se, prometendo ligar no dia seguinte.
Novamente tomou uma ducha e ainda enrolado na toalha, adormeceu na enorme cama de casal.

*-------------*

                – Okaasan, vamos logo! – Harumi chamava, impaciente, sentada na soleira da porta.
                – Por que tanta pressa, meu anjo? – Eloise perguntou, passando pela sala enquanto colocava o celular dentro da bolsa.   
                – É que é mais legal cedinho. – mentiu.
                No som do carro tocou Arashi durante todo o percurso. Antes que terminasse a introdução de My Girl, Eloise mudou de música, visivelmente abalada. Ela sempre iria se lembrar de Kenji cantando-a para ela. Harumi tratou de colocar uma música bem animada e começou a cantar junto, tentando afastar aquela sombra que pousara sobre a mãe e logo estavam cantando juntas.
                Harumi puxou a mãe para dentro de um ônibus e sentou-se, impaciente. Durante toda a trilha, praticamente correu, fazendo com que Eloise seguisse seu ritmo. Somente quando estavam se aproximando do mirante principal, Harumi diminuiu o passo.
                Assim que puderam vislumbrar as quedas com toda sua grandiosidade, Harumi soltou a mão da mãe e correu até as grades de proteção. Eloise aproximou-se da filha, mas uma coisa lhe chamara a atenção: um homem, próximo à Harumi... sua silhueta era familiar. Tratou de afastar esse pensamento da cabeça, juntando-se à filha.
                – Não é lindo, okaasan? – Harumi disse, mais alto que o normal.
                Então, o homem que Eloise observara virou-se para elas, sorrindo. Seu olhar penetrante focou-se em Eloise, exatamente como acontecera há mais de cinco anos atrás, quando encontraram-se naquele lugar pela primeira vez. Ela não pode deixar de sentir o coração acelerar diante dele.
                – Bom dia! – Jun disse em português, como se fosse uma simples coincidência se encontrarem ali.

Continua...

domingo, 3 de fevereiro de 2013

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 33




Capítulo 33
               
                Aiba estava sentado em uma poltrona confortável ao lado da cama onde Jéssika dormia. Estava ali há quase 2 horas e ninguém havia lhe dito o que realmente acontecera. Apertou a mão dela, acariciando-a, e logo percebeu que um leve sorriso se formara em seu rosto.
                – Bom dia. – Aiba sussurrou, afagando-lhe a cabeça, assim que abriu os olhos.
                – Bom dia... – Jéssika respondeu, a voz falhando. Olhou em volta e percebeu que estava em um familiar quarto de hospital – O que aconteceu?
                – Acho que o ideal seria você me dizer o que aconteceu. – lançou um olhar repreensivo – Já não pedi pra me avisar quando se sente mal?
                – Eu estava bem até essa manhã... Ao acordar, abri a janela, e assim que senti o cheiro do restaurante da esquina fiquei enjoada, corri para o banheiro e logo você chegou. – contou.
                – Então realmente estava tudo bem antes? Tem certeza? – Aiba preocupou-se – Você tem comido?
                – Não muito... – então Jéssika lembrou-se do motivo de toda sua preocupação – A Elô...
                – Não se preocupe com isso, por favor. Vai ficar tudo bem com ela, ok?
                – Como vai ficar tudo bem? Eu tenho que fazer alguma coisa! – Jéssika protestou, fazendo menção de se levantar.
                – Jun está indo para o Brasil nesse momento. Fique calma! – Aiba empurrou-a novamente contra os travesseiros. – Agora você tem que cuidar de si mesma, entendeu?
                – Espera. O Jun está indo? Como assim? – acomodou-se nos travesseiros, curiosa.
                – Quando eu contei pra ele o que havia acontecido, sua primeira reação foi comprar a passagem para lá. Fiquei assustado, afinal eu não esperava que ele fizesse isso. Mas eu confio nele, vai ficar tudo bem. – ele beijou a testa de Jéssika – Ele prometeu trazê-las consigo.
                Antes que Jéssika se recuperasse do choque da notícia, ouviram batidas leves na porta e segundos depois, o médico estava dentro do quarto, com uma prancheta em mãos.
                – Vai ficar tudo bem, eu asseguro. – o médico disse, antes que Aiba o enchesse de perguntas.
                – Mas o que houve, Yamamoto-sensei? – Aiba questionou, como previsto.
                – Suponho que não tem comido muito ultimamente, não é srta. Zilli?
                – É, estou passando por um momento difícil, sensei. – Jéssika explicou.
                – Então, supondo que não tem comido, já sabemos o motivo de desmaio. – Yamamoto sorriu – E o enjoo... Espero que esteja preparada para ser mãe, srta. Meus parabéns.
                Ignorando o espanto do casal, o médico apertou-lhes as mãos e saiu em seguida. Jéssika, involuntariamente levou sua mão até a barriga, um sorriso se formando em seu rosto. Aiba olhou para ela, uma lágrima escorrendo por sua face, o sorriso largo, e colocou sua mão sobre a dela.
                – E então, Aiba-san, como se sente? – Jéssika disse, limpando a lágrima que escorria no rosto dele com a mão livre.
                – Sinto que devo comprar um novo apartamento. –apertou sua mão sobre a dela.
                – Acho uma boa ideia. Posso decorar?
                – Então você finalmente concorda? – Aiba sorriu mais ainda, era difícil conter sua felicidade. Há cerca de dois anos, quando trouxera Jéssika para o Japão, havia se ajoelhado em sua frente e dito as palavras que eram o sonho de muitas mulheres, abrindo a caixinha que acomodava um lindo anel cravejado de brilhantes. Jéssika disse que era muito precipitado, mas que o amava e o beijou. Depois desse dia, ele nunca mais havia tentado.
                – Agora não é mais precipitado. – sorriu, sabendo que sua decisão era a melhor, que ela realmente o amava e que jamais o machucaria.
                – Sra. Aiba, você sabe que vai ter um pedido formal, não é? – ele lançou-lhe um olhar quase suplicante. Não poderia deixar de pedir formalmente como fizera na outra vez.
                – Sim, senhor futuro marido, mas tenho um pedido.
                – E qual seria? – ele estava gostando da brincadeira.
                – Se for menina, eu escolho o nome, está bem? – falou, afagando sua barriga.
                – Eu acho que vai ser menino. – Aiba aproximou-se mais, encostando seus lábios aos dela.
                Era um sonho, ele tinha quase certeza. Tudo que vinha sonhando nos últimos anos se realizando naquele momento. Ele podia ver seu filho correndo consigo pela casa, Jéssika rindo e correndo atrás dos dois com uma linda aliança no dedo, os amigos sentados à mesa, bebendo e rindo da situação de Aiba. O toque suave dos lábios de Jéssika sobre os seus o fizeram ter certeza que não era um sonho. Era a realidade que tanto sonhara.
                Arrancando-o de seus devaneios, a porta foi aberta sem sutileza alguma por Nino, que vinha na frente dos outros dois. Sho largou uma cesta de frutas aos pés da cama.
                – E então, como está? – Ohno perguntou para Jéssika.
                – É claro que está bem... Olha o tamanho do sorriso dela. – Nino disse antes que Jéssika pudesse responder.
                – Nino! – Sho advertiu.
                – Está tudo bem. – Jéssika respondeu, sem soltar a mão de Aiba.
                – E alguém vai nos dizer o que aconteceu? – Nino reclamou.
                – Que horas o Jun-kun chega a Dubai? – Aiba perguntou.
                – O que isso tem a ver com o que eu perguntei? – Nino protestou.
                – É que agora tem mais um motivo pra Ise-chan vir para cá com ele. – explicou, e aproveitando a deixa, Jéssika acariciou a barriga novamente, atraindo o olhar surpreso dos três.
               
                *-----------*

                As horas até Dubai se arrastaram e quando Jun sentou-se no saguão do aeroporto à espera de sua conexão para o Brasil, já estava esgotado. As noites mal dormidas somadas ao estresse da falta de resposta proporcionaram grandes olheiras sobre seus olhos, mas ele ainda estava longe de poder descansar. Tinha muito o que fazer, então novamente olhou sua caixa de entrada, verificando alguns emails que recebera no decorrer desses cinco anos, na esperança de que houvesse alguma informação que o ajudasse.
                Um plano ganhava contornos em sua mente, mas ele precisaria de alguma sorte e uma pequena ajuda. Ele não podia simplesmente chegar à casa dela depois de tantos anos.
                Quando Sho ligou dizendo que estava tudo certo para o trabalho no NEWS ZERO, que Nino já havia acertado tudo com a escola e que Ohno já conseguira o apartamento, Jun sentiu que realmente conseguiria levá-las. Tudo estava conspirando para que conseguisse.
               
*----------------*

                – Okaasan, vou me atrasar! – Harumi reclamou, colocando o tênis e esperando a mãe do lado de fora do apartamento, com a mochila nas costas.
                – Não vai não, meu anjo. – Eloise pegou a bolsa sobre o sofá e as chaves do carro, seguindo a filha. – Vamos.
                Durante o percurso até a escola, as duas falaram pouco, era assim desde que Kenji se fora. A escola era perto de casa, mas Eloise insistia em levar a filha todos os dias.
                – Haru, a okaasan não vai poder vir te buscar hoje. – Eloise disse, sentindo-se mal.
                Pouco antes de Kenji falecer, eles haviam decidido se mudar para São Paulo, então Eloise pediu as contas para que pudesse organizar toda a mudança. Estava quase tudo acertado para se mudarem quando aconteceu, mas por sorte ainda não tinham vendido o apartamento. Apesar de ele estar cheio de tudo que lembrava o marido, Eloise sabia que seu lugar era ali, então estava procurando um novo emprego.
                – Está tudo bem, eu vou a pé com minhas amigas. – a pequena sorriu.
                Ela já não era mais tão pequena e a cada dia ficava mais linda. O cabelo negro ainda caía em cascata por suas costas. Seu olhar era doce. Harumi era uma das melhores alunas da turma, a mãe se orgulhava disso e ela vinha sendo o pilar que sustentava Eloise e a incitava em seguir em frente. Seu sorriso cativante lembrava a ela que a vida poderia continuar mesmo que faltasse um pedaço de si.
                Eloise beijou a testa da filha, que saiu apressada do carro, parando no meio do caminho para acenar para a mãe.
                Quando ela percebeu que Kenji realmente se fora e que jamais voltaria, deixou que tristeza a dominasse. Passou dias trancada no quarto, as cortinas fechadas, o choro incontrolável. Quando Harumi finalmente pôde entrar no quarto, colocou a cabeça da mãe sobre sua perna e passou a mão em seus cabelos.
                – Sabe, okaasan... Acho que onde quer que o otousan esteja, ele gostaria de nos ver felizes. – Harumi disse, secando as lágrimas de Eloise.
                Onde Harumi encontrara forças para consolar a mãe, Eloise não sabia, mas depois daquelas palavras, ela percebeu que chorar não iria trazê-lo de volta. Então, levantou-se da cama, vestiu sua melhor roupa e saiu em busca de emprego. Mas uma coisa ela não conseguira fazer: responder os emails de Jun e Jéssika. Ela não conseguiria lhes dizer o que aconteceu, então decidiu que não iria mais falar com eles. Não até que se sentisse pronta para contar que Kenji se fora. Não até que ela mesma acreditasse nisso.
               
*-------*

                Eram quase 8h da noite quando chegou em casa naquele dia. Harumi a esperava na sala, assistindo algum dorama, a lição pronta sobre a escrivaninha em seu quarto.
                –Tadaima! – Eloise disse, tirando os sapatos e largando a bolsa no sofá.
                – Ah, okaeri! – Harumi sorriu.
                – Como foi na escola? – seguiu até a cozinha, observando se tinha algo para comer na geladeira.
                – Normal. – ela apontou para dentro da geladeira vazia – Quero pizza.
                – Acho que é uma boa opção. – ela concordou, pegando o telefone e discando o familiar número da pizzaria.
                – É... okaasan, queria fazer algo diferente amanhã. – Harumi disse, lembrando que não teria aula no dia seguinte: era sábado.
                – Ah é? O que quer fazer? – Eloise disse, aguardando que a atendessem.
                – Quero ir às Cataratas... – Harumi começou, sendo interrompida pela mãe, que fora atendida e pedia a pizza.
                Depois de escolher o sabor e passar o endereço, Eloise largou o telefone sobre a mesa da cozinha e sentou-se.
                – Cataratas, meu anjo? – perguntou – De novo?
                – Okaasan, você sabe que eu adoro ir lá! – Harumi protestou.
                – Tudo bem então, se quer tanto, nós vamos! – cedeu, apertando as bochechas da filha.
                – Arigatou, okaasan. – sentou-se no colo da mãe, sorrindo.
                Harumi não conseguia deixar de pensar na importância do dia seguinte. Pena que prometera guardar segredo da mãe.

Continua…