Capítulo 33
Aiba
estava sentado em uma poltrona confortável ao lado da cama onde Jéssika dormia.
Estava ali há quase 2 horas e ninguém havia lhe dito o que realmente
acontecera. Apertou a mão dela, acariciando-a, e logo percebeu que um leve
sorriso se formara em seu rosto.
– Bom dia. – Aiba sussurrou,
afagando-lhe a cabeça, assim que abriu os olhos.
– Bom dia... – Jéssika
respondeu, a voz falhando. Olhou em volta e percebeu que estava em um familiar
quarto de hospital – O que aconteceu?
– Acho que o ideal seria você me
dizer o que aconteceu. – lançou um olhar repreensivo – Já não pedi pra me
avisar quando se sente mal?
– Eu estava bem até essa
manhã... Ao acordar, abri a janela, e assim que senti o cheiro do restaurante
da esquina fiquei enjoada, corri para o banheiro e logo você chegou. – contou.
– Então realmente estava tudo
bem antes? Tem certeza? – Aiba preocupou-se – Você tem comido?
– Não muito... – então Jéssika
lembrou-se do motivo de toda sua preocupação – A Elô...
– Não se preocupe com isso, por
favor. Vai ficar tudo bem com ela, ok?
– Como vai ficar tudo bem? Eu
tenho que fazer alguma coisa! – Jéssika protestou, fazendo menção de se
levantar.
– Jun está indo para o Brasil
nesse momento. Fique calma! – Aiba empurrou-a novamente contra os travesseiros.
– Agora você tem que cuidar de si mesma, entendeu?
– Espera. O Jun está indo? Como
assim? – acomodou-se nos travesseiros, curiosa.
– Quando eu contei pra ele o que
havia acontecido, sua primeira reação foi comprar a passagem para lá. Fiquei
assustado, afinal eu não esperava que ele fizesse isso. Mas eu confio nele, vai
ficar tudo bem. – ele beijou a testa de Jéssika – Ele prometeu trazê-las
consigo.
Antes que Jéssika se recuperasse
do choque da notícia, ouviram batidas leves na porta e segundos depois, o
médico estava dentro do quarto, com uma prancheta em mãos.
– Vai ficar tudo bem, eu
asseguro. – o médico disse, antes que Aiba o enchesse de perguntas.
– Mas o que houve, Yamamoto-sensei? – Aiba questionou, como
previsto.
– Suponho que não tem comido
muito ultimamente, não é srta. Zilli?
– É, estou passando por um
momento difícil, sensei. – Jéssika
explicou.
– Então, supondo que não tem
comido, já sabemos o motivo de desmaio. – Yamamoto sorriu – E o enjoo... Espero
que esteja preparada para ser mãe, srta. Meus parabéns.
Ignorando o espanto do casal, o
médico apertou-lhes as mãos e saiu em seguida. Jéssika, involuntariamente levou
sua mão até a barriga, um sorriso se formando em seu rosto. Aiba olhou para
ela, uma lágrima escorrendo por sua face, o sorriso largo, e colocou sua mão
sobre a dela.
– E então, Aiba-san, como se sente? – Jéssika disse,
limpando a lágrima que escorria no rosto dele com a mão livre.
– Sinto que devo comprar um novo
apartamento. –apertou sua mão sobre a dela.
– Acho uma boa ideia. Posso
decorar?
– Então você finalmente
concorda? – Aiba sorriu mais ainda, era difícil conter sua felicidade. Há cerca
de dois anos, quando trouxera Jéssika para o Japão, havia se ajoelhado em sua
frente e dito as palavras que eram o sonho de muitas mulheres, abrindo a
caixinha que acomodava um lindo anel cravejado de brilhantes. Jéssika disse que
era muito precipitado, mas que o amava e o beijou. Depois desse dia, ele nunca
mais havia tentado.
– Agora não é mais precipitado.
– sorriu, sabendo que sua decisão era a melhor, que ela realmente o amava e que
jamais o machucaria.
– Sra. Aiba, você sabe que vai
ter um pedido formal, não é? – ele lançou-lhe um olhar quase suplicante. Não
poderia deixar de pedir formalmente como fizera na outra vez.
– Sim, senhor futuro marido, mas
tenho um pedido.
– E qual seria? – ele estava
gostando da brincadeira.
– Se for menina, eu escolho o
nome, está bem? – falou, afagando sua barriga.
– Eu acho que vai ser menino. –
Aiba aproximou-se mais, encostando seus lábios aos dela.
Era um sonho, ele tinha quase
certeza. Tudo que vinha sonhando nos últimos anos se realizando naquele
momento. Ele podia ver seu filho correndo consigo pela casa, Jéssika rindo e
correndo atrás dos dois com uma linda aliança no dedo, os amigos sentados à
mesa, bebendo e rindo da situação de Aiba. O toque suave dos lábios de Jéssika
sobre os seus o fizeram ter certeza que não era um sonho. Era a realidade que
tanto sonhara.
Arrancando-o de seus devaneios,
a porta foi aberta sem sutileza alguma por Nino, que vinha na frente dos outros
dois. Sho largou uma cesta de frutas aos pés da cama.
– E então, como está? – Ohno
perguntou para Jéssika.
– É claro que está bem... Olha o
tamanho do sorriso dela. – Nino disse antes que Jéssika pudesse responder.
– Nino! – Sho advertiu.
– Está tudo bem. – Jéssika
respondeu, sem soltar a mão de Aiba.
– E alguém vai nos dizer o que
aconteceu? – Nino reclamou.
– Que horas o Jun-kun chega a Dubai? – Aiba perguntou.
– O que isso tem a ver com o que
eu perguntei? – Nino protestou.
– É que agora tem mais um motivo
pra Ise-chan vir para cá com ele. – explicou, e aproveitando a deixa, Jéssika
acariciou a barriga novamente, atraindo o olhar surpreso dos três.
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As horas até Dubai se arrastaram
e quando Jun sentou-se no saguão do aeroporto à espera de sua conexão para o
Brasil, já estava esgotado. As noites mal dormidas somadas ao estresse da falta
de resposta proporcionaram grandes olheiras sobre seus olhos, mas ele ainda
estava longe de poder descansar. Tinha muito o que fazer, então novamente olhou
sua caixa de entrada, verificando alguns emails que recebera no decorrer desses
cinco anos, na esperança de que houvesse alguma informação que o ajudasse.
Um plano ganhava contornos em
sua mente, mas ele precisaria de alguma sorte e uma pequena ajuda. Ele não
podia simplesmente chegar à casa dela depois de tantos anos.
Quando Sho ligou dizendo que
estava tudo certo para o trabalho no NEWS ZERO, que Nino já havia acertado tudo
com a escola e que Ohno já conseguira o apartamento, Jun sentiu que realmente
conseguiria levá-las. Tudo estava conspirando para que conseguisse.
*----------------*
– Okaasan, vou me atrasar! – Harumi reclamou, colocando o tênis e
esperando a mãe do lado de fora do apartamento, com a mochila nas costas.
– Não vai não, meu anjo. –
Eloise pegou a bolsa sobre o sofá e as chaves do carro, seguindo a filha. –
Vamos.
Durante o percurso até a escola,
as duas falaram pouco, era assim desde que Kenji se fora. A escola era perto de
casa, mas Eloise insistia em levar a filha todos os dias.
– Haru, a okaasan não vai poder vir te buscar hoje. – Eloise disse,
sentindo-se mal.
Pouco antes de Kenji falecer,
eles haviam decidido se mudar para São Paulo, então Eloise pediu as contas para
que pudesse organizar toda a mudança. Estava quase tudo acertado para se
mudarem quando aconteceu, mas por sorte ainda não tinham vendido o apartamento.
Apesar de ele estar cheio de tudo que lembrava o marido, Eloise sabia que seu
lugar era ali, então estava procurando um novo emprego.
– Está tudo bem, eu vou a pé com
minhas amigas. – a pequena sorriu.
Ela já não era mais tão pequena
e a cada dia ficava mais linda. O cabelo negro ainda caía em cascata por suas
costas. Seu olhar era doce. Harumi era uma das melhores alunas da turma, a mãe
se orgulhava disso e ela vinha sendo o pilar que sustentava Eloise e a incitava
em seguir em frente. Seu sorriso cativante lembrava a ela que a vida poderia
continuar mesmo que faltasse um pedaço de si.
Eloise beijou a testa da filha,
que saiu apressada do carro, parando no meio do caminho para acenar para a mãe.
Quando ela percebeu que Kenji
realmente se fora e que jamais voltaria, deixou que tristeza a dominasse. Passou
dias trancada no quarto, as cortinas fechadas, o choro incontrolável. Quando
Harumi finalmente pôde entrar no quarto, colocou a cabeça da mãe sobre sua
perna e passou a mão em seus cabelos.
– Sabe, okaasan... Acho que onde quer que o otousan esteja, ele gostaria de nos ver felizes. – Harumi disse,
secando as lágrimas de Eloise.
Onde Harumi encontrara forças
para consolar a mãe, Eloise não sabia, mas depois daquelas palavras, ela
percebeu que chorar não iria trazê-lo de volta. Então, levantou-se da cama,
vestiu sua melhor roupa e saiu em busca de emprego. Mas uma coisa ela não
conseguira fazer: responder os emails de Jun e Jéssika. Ela não conseguiria
lhes dizer o que aconteceu, então decidiu que não iria mais falar com eles. Não
até que se sentisse pronta para contar que Kenji se fora. Não até que ela mesma
acreditasse nisso.
*-------*
Eram quase 8h da noite quando
chegou em casa naquele dia. Harumi a esperava na sala, assistindo algum dorama,
a lição pronta sobre a escrivaninha em seu quarto.
–Tadaima! – Eloise disse, tirando os sapatos e largando a bolsa no
sofá.
– Ah, okaeri! – Harumi sorriu.
– Como foi na escola? – seguiu
até a cozinha, observando se tinha algo para comer na geladeira.
– Normal. – ela apontou para
dentro da geladeira vazia – Quero pizza.
– Acho que é uma boa opção. –
ela concordou, pegando o telefone e discando o familiar número da pizzaria.
– É... okaasan, queria fazer algo diferente amanhã. – Harumi disse,
lembrando que não teria aula no dia seguinte: era sábado.
– Ah é? O que quer fazer? –
Eloise disse, aguardando que a atendessem.
– Quero ir às Cataratas... –
Harumi começou, sendo interrompida pela mãe, que fora atendida e pedia a pizza.
Depois de escolher o sabor e
passar o endereço, Eloise largou o telefone sobre a mesa da cozinha e
sentou-se.
– Cataratas, meu anjo? –
perguntou – De novo?
– Okaasan, você sabe que eu adoro ir lá! – Harumi protestou.
– Tudo bem então, se quer tanto,
nós vamos! – cedeu, apertando as bochechas da filha.
– Arigatou, okaasan. –
sentou-se no colo da mãe, sorrindo.
Harumi não conseguia deixar de
pensar na importância do dia seguinte. Pena que prometera guardar segredo da
mãe.
Continua…
Aiii q lindoooo
ResponderExcluirBem q eu desconfiava da Je XD (pelo menos eu tv certa kkkkk)
Não vejo a hora de saber o q vai acontecer quando esses dois se reencontrarem
Cada vez mais prendendo minha atenção heim Ise-chan XD
Ise-chan!!!!! Kawaiiiii!!!! Impressionante como a estória está montadinha na minha cabeça... os detalhes..., acho que se eu fechar os olhos e começar a desenhar sai o desenho da sua casa direitinho.... tudo até a geladeira!!!!! Ô viagem demorada.... chega logo Jun!!!!!
ResponderExcluirPreciso confessar que comecei a ler sua fic lá no capítulo 23..... e antes de ler eu pensava... a não vou ler pq vc ficar com "ciúmes do Jun"!!! Mas não aguentei e li.... e descobri duas coisas: 1ª que não sou uma fã louca alucinada e o importante pra mim e ver a felicidade do Jun!!!! 2ª o jeitinho como vc escreve é tão fofo, tão amoroso que não tem como ficar com ciúmes dele Ise-chan. Eu fico aqui torcendo pra dar tudo certo no final!!!! Sua fic me cativou de um jeito tão gostoso que entro todo dia pra ver se tem capítulo novo!!!!! Segredinho: E tem várias pequenas coincidências da sua estória fictícia com a minha verdadeira....fora o Ichiban..... meu marido se chama Kenji e minha filha chama Ayumi (parecidinho com Harumi)!!!! kkkkkkkkkkk..... Ise-chan... vc vai ser uma excelente jornalista!!!! Gambatte!!!
Ahhhh Ise chaaan! Você escreve de um jeito que tudo parece ter acontecido. É incrível! :D
ResponderExcluirJúlia Vicheti :3