quarta-feira, 25 de julho de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 15




Capítulo 15

                – Oi? – Jun falou, confuso, assim que viu Eloise.
                – Oi. – Eloise respondeu.
                – Okaasan, é ele, não é? – Harumi repetiu, curiosa, puxando a barra da camiseta de Eloise.
                – É sim, Haru. – Eloise limitou-se a responder. – Entre.
                Lhaisa, que estivera ouvindo tudo da sala, ficou sem saber como reagir quando viu aquele homem entrando. Simplesmente levantou-se e cumprimentou-o em japonês.
                – Essa é minha amiga, Lhaisa. – Eloise falou para Jun – E essa é minha filha, Harumi.
                A expressão de pânico que Jun não pôde conter quando Eloise apresentou-lhe Harumi como sua filha foi a deixa que Lhaisa precisava para pedir licença, pegar Harumi no colo e ir para a casa de Jéssika.
                – Por que você nunca nos disse que tinha uma filha? – Jun conseguiu falar depois de algum tempo de silêncio.
                – Porque ninguém nunca me perguntou. E também, era realmente necessário que você soubesse? – Eloise respondeu, sem perceber que poderia parecer grosseira.
                – Desculpa, não queria me meter na sua vida. – Jun falou perante a grosseria de Eloise.
                – Eu que me desculpo, afinal, eu podia ter contado. – nem Eloise sabia o motivo de ter omitido a existência de sua filha até então.
                – Então você é casada? – Jun perguntou, concluindo que, se ela tem uma filha, então também deve ter um marido.
                – Não. Sou mãe solteira. – Eloise falou.
                – Ele morreu? – Jun perguntou, confuso.
                Eloise contou a ele toda sua história com Kenji até o momento em que fugira. Preferiu não dizer que ainda o amava, e que o motivo de não corresponder a Jun como ele queria era esse.
                – Entendi. – Jun falou assim que ela terminou – E você nunca mais falou com ele?
                – Não. Ele nem sabe da Haru. – Eloise explicou.
                – Quer saber... – Jun foi interrompido pelo celular que tocava insistentemente em seu bolso. Ele atendeu e, a cada palavra que ouvia, sua face ia perdendo cor. Levantou-se e foi até a porta, sem dizer uma palavra.
                Quando estava no meio do corredor, lembrou-se de Eloise e correu de volta.
                – Desculpe, eu preciso mesmo ir. Depois eu te explico. – Ele falou, agitado e parecendo bastante preocupado, em seguida saiu correndo.
                – Nem me falou como chegou aqui... – Eloise reclamou.
                Assim que Jun saiu, Lhaisa entrou correndo na casa, falando coisas desconexas.
                – O que aconteceu? Ei, se acalma. – Eloise falou, sacudindo a amiga.
                – Liga pro SAMU agora! – Lhaisa falou, tomando o telefone da mão de Eloise.
                – O QUE ACONTECEU? – Eloise gritou, irritada e preocupada.
                – A Jéssika... – Foi a única coisa que Lhaisa conseguiu dizer antes de Eloise sair correndo até o apartamento da outra.
                Jéssika, que era uma boa amiga e uma pessoa com quem Eloise podia contar em todas as horas, tinha a saúde muito fraca e de tempos em tempos acabava no hospital.
                Quando entrou no apartamento, logo Eloise ouviu o choro de Harumi vindo da direção do banheiro. Jéssika estava desmaiada no chão, o secador de cabelos ligado e Harumi chorava ajoelhada ao lado dela.
                Sem saber o que fazer, Eloise sentou-se ao lado da amiga e colocou a cabeça dela sobre sua perna, esperando que Lhaisa tivesse conseguido chamar o SAMU.
                Alguns minutos depois, a ambulância chegou, e levaram-na para o Hospital mais próximo. Harumi ainda soluçava quando Elô finalmente tomou-a em seus braços e tentou acalmá-la.
                – A Tia Jé vai ficar bem, tá bom? ­­– Eloise falou enquanto tentava acalmar a si mesma. Lhaisa fora junto com a ambulância.
                – Ela vai mesmo? – Harumi perguntou entre lágrimas e soluços.
                – Vai sim. Agora vamos lá para o hospital ver se estão cuidando bem dela. – Eloise falou, fechando a porta do apartamento da amiga.
               
~~

                Jun correu até o carro que o aguardava na entrada do prédio e pediu que o levassem para o Hospital mais próximo. Ao chegar lá, encontrou Sho, Ohno e Nino sentados em cadeiras na sala de espera. Seu coração batia violentamente, e ele tentava entender tudo o que estava acontecendo.
                – Alguém pode me explicar? – Jun falou, estressado.
                – Hoje pela manhã eu fui brincar com o Aiba, e acabei tocando a testa dele. – Sho explicou – Estava muito quente. Eu perguntei há quanto tempo ele estava assim.
                – Sempre fingindo que está bem quando não está! – Jun reclamou.
                – Ele disse que já fazia uns três dias que não estava se sentindo bem. – Sho continuou – Eu perguntei se ele não queria ir ao médico. Ele disse que não e tomou um antitérmico.
                – E quando nós voltamos da sala de jogos do Hotel ele estava desmaiado. – Nino terminou.
                – Chamamos uma ambulância e agora estamos aqui, né?! – Ohno falou.
                – E como vocês estão fazendo pra falar com as pessoas? – Jun perguntou.
                – Um dos staffs fala português, por sorte. – Nino explicou.
                Jun largou-se numa cadeira ao lado deles e fez a única coisa que poderia fazer naquele momento: esperar. Tirou o celular do bolso, pegou os fones e colocou-os no ouvido. Ele se recusava a pensar na conversa que tivera há pouco com Eloise.
                Nino, Sho e Ohno, percebendo que havia algo de errado, deixaram-no quieto, sabendo que se tentassem perguntar algo naquela situação, Jun acabaria sendo grosseiro.
                Alguns minutos depois, Sho cutucou o braço de Jun, e este se obrigou a abrir os olhos e tirar um dos fones. Eloise estava entrando na sala de espera com Harumi em seus braços.
                – É a filha dela. – Jun falou. – E não me perguntem mais nada sobre isso.
                Diante do que Jun dissera, os outros concluíram que era esse o motivo do seu mau humor.
                – O que vocês estão fazendo aqui? – Eloise falou quando os viu sentados – Cadê o Aiba?
                – É esse o motivo de estarmos aqui. – Sho explicou.
                – Ai meu Deus! O que aconteceu com ele? – Eloise perguntou, entrando em pânico novamente. Harumi estava adormecida em seus braços.
                Sho, Nino e Ohno lhe explicaram o que havia acontecido. Logo Eloise sentou-se ao lado de Nino, o mais distante possível de Jun.
                – E você? Por que está aqui? – Nino perguntou.
                – Minha amiga passou mal. – Eloise falou, simplesmente.
                – Então você tem uma filha? – Sho não pôde se conter.
                – Sim. Essa é minha Harumi. ­ – Eloise falou, e todos olharam para a pequena de cara chorosa adormecida em seus braços. – Ela chorou até cansar.
                Alguns minutos se passaram enquanto Eloise lhes contava a história de Harumi e em seguida sobre a amiga que estava desmaiada. Logo Lhaisa se juntou a eles. Quando viu que Eloise estava sentada ao lado do Arashi, cumprimentou-os em japonês e sentou-se em silêncio, só ouvindo o que eles diziam. Ela preferiu não interromper a conversa. Somente ficaram aguardando informações sobre Aiba e Jéssika.
                Um médico aproximou-se e perguntou pela família de Jéssika. Eloise e Lhaisa se levantaram e conversaram com o médico. Ele explicou que o desmaio foi decorrente de uma crise talassemica. Eloise já sabia da doença da amiga, que era um tipo de anemia que, às vezes, quando a imunidade dela estava mais baixa, a fazia dormir por dias inteiros.
                Então, mais calmas, Lhaisa e Eloise foram até o quarto da amiga, ver como ela estava. Como Harumi não poderia entrar, pediu aos meninos que ficassem de olho nela, prometendo voltar o mais rápido possível.
                Assim que as duas saíram, o staff que falava português apareceu, dizendo que eles podiam ir até o quarto de Aiba vê-lo.
                – O que nós fazemos com a garota? – Ohno perguntou.
                – Não podemos levá-la. – Nino completou.
                – E não podemos deixá-la sozinha. – Sho terminou.
                – Podemos deixá-la aí com o Jun né? – Ohno falou, olhando para o amigo que parecia estar em transe, ouvindo música com os olhos fechados.
                – Acho que eles vão ficar bem juntos. – Sho concluiu, olhando do amigo em transe para a garotinha adormecida.
                – Vamos então! – Nino chamou, enquanto Sho colocava Harumi na cadeira ao lado de Jun.

~~

                No sala silenciosa, Harumi acordou. A primeira pessoa que viu ao seu lado foi Jun, que estivera mais cedo em sua casa.
                – Ô Tio! – Harumi cutucou o braço dele. – Tio!
                Ainda mais irritado que antes, Jun arrancou os dois fones e olhou para o lado, onde acreditava que Sho estava sentado, mas a única pessoa que encontrou foi a pequena Harumi, encarando-o com olhos chorosos.
                – Tio, você sabe onde está a minha okaasan? – Harumi perguntou, sorrindo.
                Sem entender nada do que a garotinha falava – exceto a palavra mãe – Jun não sabia o que fazer. Procurou Eloise por todos os lados, mas não a encontrou. Finalmente, desistiu e ficou quieto.
                Percebendo que Harumi estava prestes a chorar, puxou novamente o celular do bolso e ligou uma música. Ofereceu o fone pra ela, que aceitou sem pestanejar. A música que tocava era Love Rainbow e logo Harumi começou a cantar junto. Eloise ouvia Love Rainbow com bastante frequência, e Harumi acabou aprendendo a cantar junto com a mãe. Assim que Jun percebeu que a garotinha estava cantando, começou a cantar junto também.
                Depois de 4 ou 5 músicas, Eloise e Lhaisa voltaram e deram de cara com os dois muito animados cantando juntos.
                – Parece que eles se dão bem. – Lhaisa analisou.
                – Onde será que estão os outros? – Eloise perguntou.
                – Acho que é melhor perguntar para ele. – Lhaisa respondeu.
                Aproximaram-se deles em silêncio, e assim que Harumi viu a mãe gritou “Okaasan! Olha, eu fiz um novo amigo!”.
                – Onde estão os outros? – Eloise perguntou para Jun enquanto pegava Harumi no colo.
                – Acho que entraram. Eu estava ouvindo música e não vi nada. Só tirei os fones quando ela começou a me cutucar. – Jun explicou – Ela falou algumas coisas, mas eu só entendi “mãe”, então eu concluí que ela queria você. Eu não sabia o que fazer, e não ia conseguir me comunicar com ela, aí eu coloquei música e começamos a cantar juntos.
                – Obrigada por cuidar dela. – Eloise falou, pensando na situação em que colocara Jun.
                – Não foi nada. – Jun falou – Você sabe em que quarto o Aiba está?
                – Acho que é ao lado do da Jéssika. – Eloise falou – Entra naquela porta ali e segue o corredor até o final, aí vira para a direita. É o quarto número 308.
                – Vou lá. – Jun falou e saiu, seguindo as instruções de Eloise.
                – Vamos, Haru! – Eloise falou, saindo do Hospital.
                – Como está a Tia Jé? – Harumi perguntou.
                – Ela vai ficar bem. Amanhã a mamãe vem buscá-la. – Eloise explicou.
~~

                Depois de vários minutos ouvindo sermões dos quatro por não ter contado que estava se sentindo mal, Aiba disse que queria dormir e pediu que fossem embora, prometendo ficar bem. O médico disse que ele deveria passar a noite em observação, mas que no dia seguinte provavelmente receberia alta.
                Ligou a televisão e constatou que não iria entender nada do que estava passando, afinal era tudo em português, então simplesmente virou-se para o lado e tentou dormir.
                Vários minutos se passaram, e Aiba não conseguia dormir de jeito nenhum. Todo o mal estar havia passado e ele só queria sair dali. Começou a pensar no DS de Nino, que seria uma boa distração. Perdido em pensamentos, assustou-se quando ouviu um grito:
                – Merda! Eu quero meu notebook! Eu quero assistir dorama! Estou morrendo de tédio aqui! – E o mais incrível é que Aiba entendera tudo.
                Totalmente desperto e curioso, Aiba levantou-se, vestiu as pantufas, e saiu pé ante pé do quarto até o quarto vizinho, de onde acreditava que tivessem vindo os gritos.
                Bateu duas vezes na porta.
                – Quem é? – Jéssika perguntou, rabugenta.
                Sem entender o que ela dissera, Aiba enfiou sua cara no quadrado de vidro da porta, amassando o nariz.
                Jéssika, ao ver aquele rosto na porta de seu quarto, ficou sem reação. Nem conseguia se lembrar como dizer pra ele entrar em japonês. Tudo parecia tão surreal.

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 14






Capítulo 14

                Jun não conseguia entender o motivo de ter sido durante todo o dia, mas decidiu que não deixaria que isso continuasse acontecendo.
                – Masaki, não quer sentar aqui do lado do Sho-chan? – Jun fez um gesto em direção a Sho, que estava sentado ao seu lado. Nino e Ohno dividiam um banco.
                – Ah não, tá bom aqui. – Aiba, inocente, falou sorrindo.
                – Mas o Sho-chan disse que quer te falar uma coisa. – Jun emendou, disfarçando seu olhar intimidante.
                – Eu disse? – Sho falou, sem entender o que estava acontecendo. Jun olhou-o ameaçadoramente, sem disfarçar. – Ah, eu disse!
                – Então eu troco. – Aiba levantou-se e atravessou lentamente até o outro lado, tentando manter a maior distância possível da fogueira.
                Jun, rapidamente sentou-se ao lado de Eloise, que se mostrava mais e mais desconfortável. Seu coração palpitava e ela tentava com todas as suas forças manter alguma distância de Jun, temendo que ele a beijasse novamente.
                – O que aconteceu? ­ – Jun sussurrou em seu ouvido, sobressaltando-a.
                – Nada. – Eloise falou, assim que se recuperou do susto.
                – Claro que aconteceu alguma coisa. Por favor, fale pra mim. Ou o problema sou eu? – Jun tentava de qualquer maneira entender o que estava acontecendo.
                – Não é você. Eu sou o problema. – Os olhos de Eloise encheram-se de lágrimas, que ela tentou com todas as forças evitar que escorressem.
                – Eu não deveria ter te beijado ontem. Desculpa. – Jun olhou fixamente para a fogueira, punindo-se mentalmente por não ter nem mesmo perguntado se ela já tinha alguém.
                – Não se desculpe, por favor. – A cada palavra tornava-se mais difícil evitar que seus olhos marejados transbordassem.
                – Mas o que eu devo fazer então? Não importa o quanto você tente disfarçar, você parece estar sofrendo. – Jun falou, arrependendo-se em seguida por ter exposto seus pensamentos.
                – Não faça nada, por enquanto. Eu preciso de um tempo, só isso. – Eloise passou seus braços em torno de Jun e deu-lhe um abraço apertado. Ela não sabia se tinha essa liberdade, mas mesmo assim, o fez. – Finja que nada aconteceu, ao menos por enquanto.
                – Se é o que você quer, é o que vou fazer. – Jun sorriu, mas era um sorriso forçado – Lembre-se, eu estarei esperando.
                Toda a conversa acontecera em sussurros e o restante de grupo mostrava-se totalmente concentrado no DS de Nino, comentando alegremente.
                – Alguém quer tocar? – Eloise ofereceu o violão, torcendo para que algum deles se voluntariasse.
                – Eu posso? – Nino ergueu os olhos do DS e, antes mesmo que Eloise pudesse responder, guardou-o em um bolso e pegou o violão.
                Passaram várias horas tocando e até mesmo Eloise venceu sua timidez e tocou algumas composições próprias para eles.
                – Suas músicas são lindas. – Sho falou, sorrindo.
                – Obrigada. – Eloise enxugou uma lágrima que escorrera enquanto tocava a ultima música. A música que compusera com a ajuda de Kenji, há alguns anos.
                – Você toca com sentimento. – Nino completou.
                – Não, quem toca com sentimento é você. Só Deus sabe quantas vezes eu chorei com suas músicas, Nino. – Eloise falou, lembrando que cada vez que assistia os solos de Nino chorava por horas a fio.
                – Então eu realmente consigo passar essa sensação quando toco? – Nino falou, feliz em poder saber diretamente de uma fã.
                – E como consegue. – Eloise falou.
                Vencidos pelo cansaço do dia, todos se recolheram. O Arashi dividiu uma barraca que originalmente abrigaria somente três pessoas. Eloise fechou o zíper da sua, deitou-se e pôs-se a chorar, lembrando-se do processo de composição da música que tocara mais cedo.
                Flashback
                Kenji estava sentado no sofá, as pernas cruzadas e o violão sobre uma delas. Eloise trazia uma bandeja, com um grande sorriso no rosto.
                – Essa será nossa música, está bem? – Kenji falou, puxando Eloise para seu colo, deixando o violão de lado e beijando-a calorosamente.
                – Ah é? E qual vai ser o nome? – Eloise falou, radiante.
                – Não sei. Você decide. – Ele falou, sem largá-la.
                – Shiranai.
                – Como não sabe? A música precisa de um nome.
                – Shiranai é o nome que eu quero.
                – Você é quem manda! Mas eu gostei. – Kenji falou, anotando o nome da música.
                Fim do Flashback

                Assim que os primeiros raios de sol ficaram visíveis, todos se levantaram para gravar a volta do Arashi até o Hotel. Novamente Eloise seguiu-os de perto, escondida atrás das câmeras.
                Despediu-se deles, prometendo que ainda se veriam antes que eles partissem do volta para o Japão.
                Ao chegar em casa, encontrou-a totalmente vazia. Harumi estava na escola.
                Novamente pegou o violão, sentou-se no sofá com as pernas cruzadas e tocou “Shiranai”, deixando que todas as lágrimas que segurara na noite anterior escorressem livremente por sua face. Tocou-a várias vezes, trazendo à tona muitas lembranças felizes, mas que agora a faziam chorar ainda mais.
                Percebeu que já estava quase na hora do almoço, e para compensar a noite que esteve fora, decidiu que buscaria Harumi na escola.
                Colocou o arroz para cozinhar e foi tomar banho. Quando voltou à cozinha, o arroz já cozido, montou os sushis que a filha tanto gostava.
                Assim que Harumi viu a mãe esperando-a no portão da escola, correu até seus braços. Mãe e filha comeram sushi até encher a barriga e depois foram brincar num parque próximo. Somente com a filha, Eloise se sentia leve e podia deixar de lado suas confusões amorosas.
                Já passado do meio da tarde, Eloise surpreendeu-se quando a campainha tocou e constatou que quem estava do lado de fora da porta era sua amiga Lhaisa, que há tantos anos lhe apresentou o Arashi.
                Lhaisa era dez anos mais velha que Eloise, autora de vários livros e há pouco dera a luz ao seu primeiro filho. Era outra pessoa com quem Eloise podia contar sempre que precisasse.
                Eloise contou-lhe tudo que estava vivendo junto ao Arashi, e sobre o beijo que Jun lhe roubara. Falou sobre a confusão amorosa pela qual estava passando e sobre sua indecisão.
                – Sabe o que eu acho? – Lhaisa falou por fim.
                – O quê? – Eloise não conseguira conter as lágrimas enquanto contava. Harumi estava no quarto brincando.
                – Que o seu coração ainda é do Kenji, e não importa o que aconteça, continuará sendo.
                – Mas o que é isso que eu sinto pelo Jun?
                – Você é fã dele. Por vários anos tratou-o como seu “marido”. Isso é só amor de fã. – Lhaisa concluiu.
                – Será mesmo? – Eloise perguntou-se.
                E surpreendentemente, a campainha tocou novamente. Harumi veio correndo do quarto, gritando que ela queria abrir a porta.
                A pequena abriu a porta, e logo gritou para a mãe:
                – Okaasan, esse não é o tio do Arashi?
                Apavorada, Eloise levantou-se rapidamente e foi até a porta. Seu coração deu alguns saltos quando constatou que realmente aquele que se encontrava em frente à sua porta era Matsumoto Jun.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Jessie ~ Otanjyobi Omedetou

Yo Minna!

Ignorem isso, afinal, nunca conseguimos tirar uma foto decente juntas ~


Hoje é um dia especial! :)
E mesmo que seja quase meia noite e que depois não seja mais (dia 19), merece um post ~~

Sabe, ela é aquela que acompanha meus surtos, aguenta meus gritos, piras, chatisses, reclamações, depressões, e claro, as Arashisses! 
Sim, conheci-a ha menos de 1 ano e ela já ocupa um lugar importantíssimo no meu kokoro
Ah, preciso mesmo dizer? acho que sim né?

É a Jéssika Zilli ~~ ou Jessie! :)

Quando cheguei em Foz de volta, há quase 1 anos atras, aquela excluída do fundinho da sala, foi se mostrando pouco à pouco uma ótima amiga e parceira. Logo Arashizei ela (né?) ~mas claro que ela tinha que virar kpopper tbm :( ~

Na madrugada do dia 19, resolvi fazer o presente dela: todos os 13 shows do Arashi (exceto 2 que ela já tinha) ~o que me levou a virar a madrugada gravando dvds ~ sendo assim, fui dormir às 5:10 da madrugada e acordei às 6:50. Porque eu fiz isso?

Bom, existe uma série de motivos:
1# sou chata e queria passar o dia incomodando ela ~
2# adoro aniversários e acho que eles nunca podem passar em branco
3#porque eu AMO ela ♥! 

Claro né, que eu fiquei com ela das 8:30 às 23:30, e aproveitamos horrores, apesar do sono (que começou a me matar no finzinho~).

Sem mais delongas, eu acho que ela merecia um post no meu blog, mesmo que seja uma ramdomice total e que metade das pessoas que vão ler isso, possam não entender nada.


Então, Jessie ~ お誕生日おめでとうございます!  [Otanjyobi Omedetou Gosaimasu~]
Traduzindo: Feliz Aniversário ~

Ah, só pra finalizar, quero justificar meu "desabafo" no facebook agora há pouco. 
Quando digo que as pessoas que pensam demais me estressam, falo sério. Pensar demais pode atrapalhar e irritar mesmo. 
Pessoal, sejam mais leves, pensem menos, vivam mais, aproveitem! ~Meu cérebro dói quando penso demais ~ pergunte menos, responda mais e sorria. 


E mais uma justificativa: recebi o capítulo 13 de Dear Sun hoje pela manhã, mas como passei o dia todo com a dona Jessie, resolvi postar agora só ~ E agora, vou dormir né? Porque qualquer pessoa normal estaria desmontando agora!

Jessie, espero que a minha companhia tenha sido boa, e que eu não tenha te irritado muito.

Oyasumi ~
 

PS: Porque verde? ~ porque a Jessie é aibete né, aí, já sabe... ~ Verde = Aibakawaii ~



quinta-feira, 19 de julho de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 13






Capítulo 13

                Jun entrou no quarto com um sorriso que ia de orelha a orelha.
                – Aí, pegador, parece que conseguiu o que queria. – Aiba caçoou dele.
                – Consegui sim, mas não tudo. – Jun falou – Aquela mulher mexe comigo.
                Os quatro estavam reunidos, sentados em poltronas e várias caixas de pizza vazias estavam dispostas sobre a mesa de centro. Algumas garrafas de refrigerante estavam espalhadas pelo quarto.
                – Parece que a festa foi boa sem mim. – Disse Jun, apontando para as caixas de pizza. – Estavam boas?
                – Estavam sim. E não reclame, aposto que se divertiu muito mais. – Nino falou, tirando os olhos do DS por alguns segundos.
                – O lugar é realmente interessante, e a companhia também. – Jun sorriu amarelo.
                – Foi difícil conseguir o beijo dela? – Sho perguntou, curioso.
                – Na verdade, não. Mas acho que ela ficou chocada. – Jun contou – Ficou paralisada por vários minutos, e quando eu perguntei se ela estava bem, ela respondeu que sim, mas a voz dela estava diferente.           
                – Viu, você a deixou sem jeito. – Ohno concluiu.
                – Não sei, acho que não é bem isso. – Jun falou.
                – Passaram num motel na vinda? – Sho brincou, sabendo que o amigo ficaria bravo.
                – Sakurai, você sabe que eu não quero isso dela. O que eu sinto é mais que isso. Eu nem sei bem como reagir a esse sentimento, nunca me senti assim! – Jun gritou – Agora vão todos pra cama.
                Como não queriam lidar com um ataque DoS, todos obedeceram de pronto. Sho percebeu que fora longe demais na brincadeira.

~~
               
Eloise passara a noite em claro, chorando. Jéssika esteve ao seu lado boa parte do tempo, ouvindo tudo o que a amiga conseguia dizer entre lágrimas e soluços. Eloise contou-lhe sobre o beijo de Jun e sobre o que achava que sentia por ele. Mas não fazia sentido pensar nisso depois do vídeo de Kenji.
                – Você realmente ligou pra ele? – Jéssika perguntou.
                – Sim, há algumas noites, logo que o Arashi chegou. – Eloise respondeu, ainda soluçando, abraçada à amiga – Foi por impulso, eu precisava ouvir a voz dele.
                Logo Eloise percebeu que a amiga estava tomada pelo sono, e pediu que ela fosse dormir, prometendo que ficaria bem e que, se precisasse, a chamaria novamente.
                Colocou uma chaleira de água para ferver e apoiou-se na bancada enquanto esperava. Acreditava que o chá a ajudaria a se acalmar. Seu coração ainda palpitava.
                Perdeu-se em lembranças. Lembranças de tudo que viveu “com o Arashi”, a emoção do lançamento de um novo single, um novo DVD, e a emoção ainda maior que era quando seus originais chegavam, diretamente do Japão. Os dias que estava dividindo com eles, as conversas, os sorrisos. Lembranças também de tudo que vivera com Kenji, as noites juntos, os beijos carinhosos, os filmes a que assistiram juntos, os anos que viveram se comunicando por internet, as músicas que tocaram e cantaram, os momentos que compartilharam.
                O barulho da água fervendo despertou-a das lembranças felizes que agora a faziam sentir-se incompleta. Preparou o chá e voltou para a sala e, depois de tomá-lo, resolveu deitar-se com a filha. O calor dela poderia ser o antídoto perfeito para a dor que ela estava sentindo.
                Alguns raios de sol pintavam o horizonte quando finalmente Eloise adormeceu, logo sendo despertada por seu celular. Ao levantar, resolveu que deveria deixar seus problemas pessoais para tratar em casa, e não deveria misturá-los ao trabalho.
                Forçou um sorriso em sua face e chamou a filha, que levantou rapidamente e foi pegar sua roupa.
                – Mama, você está bem? – Harumi perguntou, percebendo as olheiras no rosto da mãe.
                – Estou sim ­– Eloise forçou novamente um sorriso e foi para a cozinha.
                Jéssika já estava lá, preparando o café da manhã. Elas compartilhavam as chaves dos apartamentos, portanto podiam entrar a hora que quisessem.
                – Tá melhor? – a amiga perguntou, preocupada.
                – Não, mas o dia será longo, e eu devo aproveitar a chance que eu recebi de estar com eles. Devo fazer com que esse dia seja ainda melhor do que os outros. – Eloise falou, confiante.
                – Está levando o violão? – Jéssika perguntou – Você prometeu, lembra?
                – Estou sim. – Eloise deixou a dor transparecer em seu olhar – Vai buscar a Haru na escola pra mim?
                – É claro que vou. – Jéssika falou – E vamos nos divertir muito essa noite. Pode ir tranquila, qualquer coisa eu te ligo.
                – Sendo assim, estou indo. – Pegou a mochila de Harumi e foi saindo pela porta, a garota logo atrás.
                Deixou a filha na escola, abraçando-a fortemente e se desculpando por ter que passar a noite fora, e seguiu até o Parque.
                – Estão prontos para esse longo dia? – Eloise falou, com um sorriso fortemente plantado em sua face.
                – Hai! – Os cinco disseram em uníssono, rodeados por um grupo de 10 staffs.
                – Vai ser assim, então. Vocês vão à frente, e eu o mais bem escondida possível das câmeras, só orientando quando necessário. São 5 câmeras que vão pegá-los de vários ângulos. – Eloise explicou – Sei que estão acostumados com isso, portanto, deem o melhor de si.
                – Hai! – Todos, inclusive toda a staff, disseram em uníssono.
                Eloise traçou um itinerário, e guiou-os mata adentro. Seguiu-os em silêncio durante todo o dia, sentindo o olhar de Jun caindo sobre ela constantemente, mas ignorou. Quando chegou a hora do arborismo, não pôde conter o riso quando o desajeitado e medroso Sho gritou lá em cima.
                As piadas e brincadeiras entre eles eram constantes, e Eloise imaginou como as fãs reagiriam quando assistissem àquilo. Quando eles tiraram as camisas para tomar banho no rio ou quando tiraram no janken quem seria o primeiro a subir nas árvores e Sho perdera. O dia fora extremamente alegre, e ela pôde deixar de lado seu sofrimento.
                Às 7h da noite, chegaram na clareira onde iriam acampar. Ela mostrou-lhes como montar a barraca e deixou que terminassem sozinhos, em frente às câmeras. Riu baixinho vendo como eles eram desajeitados com isso.
                Uma fogueira foi acesa, e os cinco sentaram-se em volta dela, e começaram a conversar. De algum lugar, surgiram vários pedaços de carne para que eles assassem e comessem.
                Enquanto eles terminavam de gravar, Eloise distanciou-se e ligou para Jéssika. Assim que teve certeza de que tudo estava bem em sua casa, voltou para perto deles.
                Os cinco foram filmados se amontoando em uma só barraca, e por fim as câmeras foram desligadas.  A staff montou algumas barracas para que eles dormissem e logo se recolheram.
                Eloise montou sua barraca e tirou o violão da capa. Os cinco já estavam novamente sentados em volta da fogueira, novamente assando carne e com copos de cerveja em suas mãos. Ela sentou-se ao lado de Aiba, o mais distante possível de Jun, que a encarava sem disfarçar.


Continua...

quarta-feira, 18 de julho de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 12




Capítulo 12

                Jun e Eloise caminharam lado a lado durante alguns minutos. Os outros quatro seguiam logo atrás, conversando alegremente sobre a noite anterior.
                – Ise-chan, você conhece bem a cidade não é? – Jun não conseguiu se conter, afinal nunca precisara de muitos rodeios para convidar alguma garota para sair.
                – Conheço sim, por quê? – Eloise respondeu, curiosa.
                – Ah, é que eu ando com vontade de sair pra beber. Sabe, cerveja. Em um Pub ou algo assim. – Jun falou e um sorriso tímido surgiu em sua face.
                – Bom, eu conheço um realmente bom. – Eloise falou – Posso levá-los lá um dia desses.
                – É que eu queria ir só com você. – Jun falou, mas logo percebera que havia ido longe demais – Hmm, conhecer... e depois levar os outros. – completou, incerto.
                – Sem problemas, posso levá-lo essa noite. Mas é claro que não podemos nos demorar e nem beber muito, já que amanhã o dia será longo e muito cansativo. – Eloise falou, sem saber se estava fazendo certo em concordar com isso.
                – Devo estar pronto a que horas? – Jun falou. Agora o sorriso tímido fora substituído por um largo sorriso de satisfação.
                – Vou passar aqui às 8h. – Eloise falou, e logo percebeu que tinham chegado ao local onde fariam arborismo. Olhou pra trás e constatou que os outros, que os seguiam de perto, estavam muito animados, exceto Sho.
                – Cara, eu to com muito medo! – Sho falou, sua face perdendo cor.
                – Sho-chan, você nem começou a subir ainda! – Aiba falou, gargalhando ao ver a cara apavorada do outro.

~~

                – Por que, Deus? Por que tão alto? – Sho reclamava, enquanto arrancava o equipamento de segurança.
                Cerca de 2 horas haviam se passado desde que o primeiro deles começara a subir na árvore, e agora estavam todos de volta ao chão. Sho gritara de medo durante quase todo o tempo, mesmo com Eloise tentando tranquilizá-lo.
                – Pare de reclamar, Sho-chan. Afinal, nada de ruim lhe aconteceu. Você está seguro agora. – Aiba batia nas costas do amigo.
                – Eu achei muito legal. – Nino falou, sorrindo amarelo. – Esse aqui é mais alto que o outro que fizemos.
                – Verdade! – Jun concordou – E aqui venta muito mais.
                – Vento molhado. – Aiba continuou – Eu realmente gostaria de um banho de rio agora.
                – Vai querer encarar uma trilha de 10 km, Aiba-chan? – Eloise falou, brincando – Lá é o único lugar onde posso levá-los pra tomar banho de rio.
                – Passo. – Aiba falou, demonstrando o cansaço que o arborismo havia lhe causado.
                – Vamos voltar logo para o Hotel. – Eloise falou, já guiando os cinco por outra trilha.
                – Aiba, como você conseguiu cair daquele jeito? Sabe, com as pernas abertas... – Jun falou, lembrando-se do modo como Aiba se jogara e rindo alto.
                – Não foi de propósito. – Disse Aiba, fazendo beicinho.
                – Claro que não foi. Não é culpa dele. Ele nasceu assim. – Ohno brincou, gargalhando à custa da desgraça do mais novo.
                – Dessa vez até que o Sho-chan encarou bem. – Nino falou, rindo ainda mais que Ohno – Não gritou pela mãe nenhuma vez, pelo menos.
                – Cala a boca, Nino! – Sho falou, rindo junto com o amigo.

~~

                Eloise deixou-os no Hotel, e como fora designada a guiá-los somente, não precisaria cumprir horário. Tomada de saudades da filha, resolveu que era hora de pegá-la na escola e passar algum tempo com ela.
                – Mama, o que vamos fazer? – Harumi perguntou enquanto Eloise afivelava o cinto e dava partida no carro.
                – Vamos fazer pizza! – Eloise falou, sorrindo largo ao ver a empolgação da filha – Até a massa. Tudinho.
                – Quero sorvete e chocolate de sobremesa! – Harumi completou, ainda mais ansiosa que a mãe, pela tarde que passariam juntas.
                Algumas horas depois, mãe e filha, completamente cobertas de farinha e empanturradas de sorvete, pizza e chocolate, encontravam-se dormindo no sofá. Harumi ressonava calmamente, os dois braços sobre a mãe e sua cabeça deitada sobre seu peito. Eloise, por sua vez, tinha um sorriso em seu rosto e segurava firmemente a filha sobre si, num abraço apertado.

~~

                Assim que acordou, Eloise ligou para a amiga, pedindo que cuidasse de Harumi novamente. Jéssika de pronto aceitou, e novamente correu para a casa da outra pra ajudá-la a arrumar-se para a noite.
                – Elô, não faça nada de que vá se arrepender depois. – Jéssika aconselhou, quando a amiga já estava saindo – Não deixe seu amor de fã falar mais alto. Seja racional.
                – Eu estou sendo. Acredite em mim. – Eloise falou, e as duas se abraçaram fortemente.
                Jéssika acompanhou todas as crises de Eloise e jamais a abandonou. Desde o 1º ano do Ensino Médio, quando Eloise retornou à Foz do Iguaçu depois de uma temporada em Santa Catarina, Jéssika e Eloise se tornaram grandes amigas. Quando Eloise resolveu deixar seu grande sonho de lado e seguir a carreira que a mãe escolhera pra ela, Jéssika esteve o tempo inteiro ao seu lado. Quando foi para São Paulo estudar, mesmo estando longe, Jéssika ainda assim manteve contato com a amiga.
Soube que Elô deixara Kenji em São Paulo e voltara pra Foz, e logo concluiu que algo estava errado. Saiu de sua aula na faculdade e veio correndo até a amiga, ofereceu seu ombro e ouviu todas as lamentações e arrependimentos. Quando a linda Harumi nasceu, fora ela quem estivera acompanhando Eloise na sala de parto, fora ela a primeira a ter Harumi nos braços.
Jéssika nunca medira esforços pra ajudar a amiga e fora ela quem a manteve seguindo em frente, quem a orientou à encontrar um bom trabalho. Fora ela quem tirou Eloise do fundo do poço várias vezes, quando a saudade que sentia de Kenji se tornava insuportável.
E apesar de muitas vezes das dificuldades, sempre fora uma grande amiga. Ela era professora de balé para crianças, portanto tinha boa relação com Harumi. Era formada em Artes pela Universidade da Bahia e adorava o que fazia.
Eloise jamais conseguiria expressar a gratidão que sentia por Deus ter colocado em sua vida alguém tão especial. Despediu-se e foi até o Hotel buscar Jun, que a esperava impacientemente ao pé da escada.

~~
                Depois de beberem alguns copos de cerveja, conversando sobre as belezas do Brasil e, é claro , do Japão também, Eloise se sentia completamente confortável ao lado dele. Jun tornava qualquer conversa confortável. Ele gostava de ler, gostava do mesmo tipo de música que ela e mostrou-se muito interessado quando ela disse que sabia tocar violão.
                – Sempre me perguntei por que você não toca nada. – Eloise falou, sem perceber.
                – Estou sempre ocupado demais coordenando tudo – Jun explicou, simplesmente – Afinal, alguém tem que ser o líder.
                – Verdade, você sempre parece muito preocupado com as coisas. – Eloise falou, sorrindo.
                – Sou mesmo. Quero que tudo saia da melhor maneira possível, quero que as fãs presenciem um verdadeiro espetáculo.
                – Acredite, você é bom nisso. – Eloise falou, feliz por poder ser sincera com Jun.

~~

                Eloise dirigiu calmamente até o Hotel, no som do carro tocara Arashi durante todo o percurso e Jun não se mostrou incomodado com isso. Por vezes, até cantarolava junto, fazendo com que o coração de Eloise desse alguns pulos.
                Ela estacionou em frente ao Hotel para que ele descesse. Jun continuou sentado, olhando pela janela. Eloise, curiosa, esticou-se para que pudesse olhar pela janela dele também e nesse momento, Jun virou-se rapidamente e tomou-a em seus braços.
Eloise, sem reação, deixou que ele a beijasse. Os lábios dele moldaram-se perfeitamente aos dela e moveram-se em sincronia. Logo, os braços dele acariciavam suas costas e os dela faziam o mesmo. Foram vários segundos em que o cérebro dela esteve paralisado e seu coração bateu rapidamente.
Ofegando, Jun soltou-a, sorrindo. Ela continuou paralisada na mesma posição.
                – Está tudo bem? – Jun perguntou, ao ver o olhar vidrado dela.
                – Ah, está. – respondeu Eloise, um pouco aérea, muitos segundos depois.
                – Gomen – Jun falou, sorrindo amarelo – Foi mais forte que eu.
                Ele abriu a porta do carro e saiu rapidamente. Fechou-a e colocou sua cabeça para dentro pela janela, ainda sorrindo.
                – Oyasumi. – Jun falou.
                – Oyasuminasai. – Eloise respondeu automaticamente.
                Jun correu escada acima e Elô demorou alguns segundos para voltar a si. Seu coração batia descompassadamente, muito acelerado. Seu cérebro gritava que aquilo não era racional. Que ele não gostava dela, que ela não gostava dele. Mas, quando seu coração começou a bater normalmente, ela sentiu que estava sentindo algo muito maior que amor de fã por ele.
                Deu a partida no carro e dirigiu até sua casa, torcendo para que Jéssika estivesse acordada ainda. Quando chegou, viu luz na janela de seu apartamento.
                – Tadaima. – Eloise falou assim que entrou em casa.
                – Okaeri. – Jéssika respondeu, aproximando-se da porta.
                – Que bom que está acordada... – Eloise começou.
                – Elô, você precisa ver isso aqui. – Jéssika falou, puxando a amiga até o computador. Deu play em um vídeo.
                Sem olhar duas vezes, Eloise reconheceu-o: era Kenji no vídeo. Ele olhava diretamente para a câmera. Seu olhar doce, os lábios cheios, exatamente como Eloise lembrava, foram o suficiente para que lágrimas escorressem por sua face.
                – Elô, eu sei que, não importa onde você está, você verá isso. – Kenji falou, olhando fixamente, fazendo com que Eloise sentisse que ele olhava diretamente em seus olhos marejados.
                – Não importa o que aconteceu, não sei porque você me deixou. Durante todos esses anos estive te procurando e sinto que você está sofrendo tanto quanto eu. Sinto que você ainda me ama. Sinto que espera que eu te encontre. – Kenji continuou – Há alguns dias, recebi um telefonema estranho. Não pude ouvir nada, somente uma respiração. Meu coração me diz que era você, por isso, fiz esse vídeo. Ouça com atenção.
                Ele pegou um violão, e começou a tocar. No primeiro acorde, Eloise reconheceu a música: era My Girl.

Que palavras eu devo ter usado
Para me comunicar melhor com o seu coração?
E essas lágrimas escondidas num sorriso tão forte?
Não importa quantos dias tenham passado,
Com certeza, se continuarmos a acreditar no presente
Um único caminho, vai começar para nós.

Os momentos em que você é gentil
Levarão você para a felicidade.
Me senti como se pudesse acumular os som de nossos sorrisos.
Nós ainda poderíamos continuar a caminhar
Passo a passo.

Eu quero expressar esses sentimentos de agradecimento
Para você, gentilmente,
Mesmo que estejamos distantes um do outro,
Vamos para um futuro cheio de memórias.

Quando eu fecho os meus olhos,
Eu penso nas estações do ano que eu passei com você
E meus pensamentos me levam às memórias de nós dois juntos,
Gentilmente recolhendo um pouco de calor, hoje também.

O que escorregou gentilmente das minhas mãos
Foi o seu calor,
Que voou e foi embora.

Você, sozinha, tinha tomado conta
De todas as palavras importantes.
Eu ainda me lembro, até agora,
Daquela mão que eu deixei ir,
Sem dizer as coisas que eu queria dizer.

Eu quero agradecer mais uma vez,
Gentilmente, ao seu lado,
Embora não possamos voltar para o ontem,
Em vez de ficar desejando por isso, nós devemos aceitar o passado.

Se eu estender a minha mão,
As portas das estações que você deixou para trás se abrirão.
Mesmo não podendo fazer quase nada por você,
Eu, definitivamente, vou pensar hoje, novamente, em você, não vou?

Mesmo que os dias que passamos juntos
Se distanciem mais a cada segundo,
Você ainda está viva, como antes,
No meu coração.

Eu quero expressar esses sentimentos de agradecimento
Para você, gentilmente,
Mesmo que estejamos distantes um do outro,
Vamos para um futuro cheio de memórias.

Quando eu fecho os meus olhos,
Eu penso nas estações do ano que eu passei com você
E meus pensamentos me levam às memórias de nós dois juntos,
Gentilmente recolhendo um pouco de calor, hoje também.

Gentilmente recolhendo um pouco de calor.

Assim que terminou de tocar, Kenji deixou o violão de lado, e Eloise percebeu que nele havia um adesivo que ela tinha colado, de quando eles namoravam. Era o kanji de tempestade, que hoje representava a relação deles.
                – Eu te amo demais. Sempre te amei e sempre vou te amar. – Kenji falou, algumas lágrimas escorrendo por sua face – Volta pra mim, por favor?
                E assim, o vídeo terminou. Eloise soluçava, as memórias vindo à tona, seu coração novamente descompassado, estava em pedaços. Jéssika tomou-a num abraço. Agora, sua mente estava ainda mais confusa. Kenji ainda lhe amava. Jun a beijara. Nem a razão, nem o coração sabiam lhe dizer o que fazer.

Continua...

N/A: Galera, gomen, eu escrevi 2 capítulos mas a minha revisora está muito atarefada e não conseguiu revisar os dois ainda, então, pelo menos um né? Espero que gostem! :)