Capítulo 4
O sol já estava se pondo quando
o avião do Arashi pousou no aeroporto de Foz do Iguaçu. O céu estava pintado de
rosa em algumas partes e alguns fracos raios solares entravam pelas janelas do
avião.
– Quantas horas? – Aiba
perguntou a ninguém em especial.
– 25 horas, Aiba-chan e
finalmente pousando. – Jun falou, extremamente cansado.
~~
Algumas horas antes...
Quando Eloise leu que o Arashi estava vindo pra Foz,
ficou sem reação por alguns minutos. Depois buscou saber se a informação era
confiável. Depois da confirmação, gritou por algum tempo, sozinha em casa,
enquanto lágrimas de felicidade escorriam de seus olhos.
Assim que pôde se controlar um
pouco, começou a ligar e mandar e-mails para o restante dos arashians da
cidade. Combinaram de se encontrar o mais rápido possível no aeroporto, para
recepcionar seus ídolos, prometendo conterem-se para não assustá-los.
Ficaram olhando pela janela do
andar superior, esperando que o avião pousasse. No momento em que viu o avião se
encostando ao solo iguaçuense, o coração de Eloise apertou, e algumas lágrimas
escaparam pelos cantos de seus olhos, que há muito estavam marejados.
Desceram para o saguão do
aeroporto e enfrentaram alguns minutos torturantemente longos de espera até que
o primeiro japonês passasse pelo portão e entrasse no saguão.
Eram ainda mais bonitos do que
pareceram ser nas fotos. Satoshi Ohno vinha na frente, trajando um pesado
casaco marrom, jeans e um coturno com aquele tipo estranho de salto que quase
sempre usava para parecer mais alto.
Logo atrás, Kazunari Ninomiya
carregava o DS fechado na mão esquerda. Vestia também um grosso casaco, esse na
cor verde, calças camufladas no melhor estilo “cagado” e botas.
Masaki Aiba vestia calças
verdes, um casaco de lã azul e coturnos. Seguido por Sho Sakurai, de jeans,
casaco cinza e all star.
E por último, com o rosto
demonstrando todo o cansaço da longa viagem, vinha Jun Matsumoto, vestindo um
sobretudo preto sobre calças jeans escuras, e óculos de aviador.
Era como se andassem em câmera
lenta até Eloise, que sentia o coração batendo rápido, e muitas lágrimas
escorriam por sua face.
O grande chefe, Johnny Kitagawa,
vinha acompanhado de um grande número de staffs que carregavam as malas.
Eloise e o grupo de arashians
caminharam até o Arashi e formaram um semi-círculo o mais organizadamente
possível envolta dos ídolos. Só quando Eloise conseguiu aproximar-se o
suficiente para pedir autógrafos, percebeu que durante todo o tempo mantivera
uma das mãos fechadas em punho e a outra apertando o braço da amiga que a
acompanhava.
Pegou autógrafos de Ohno, Nino,
Aiba, Sho (que estava sendo assediado pela Thatá) e, por fim, de Jun, que olhara
sua mão por alguns segundos. Autografou o caderno e quando foi devolvê-lo olhou
no fundo dos olhos de Eloise e abriu um largo sorriso.
- Arigatou gozaimashita. –
Eloise agradeceu, curvando-se e deixando que um sorriso se espalhasse por sua
face.
Os membros do Arashi, o chefe e
os staffs seguiram até a porta, que se abrira com a aproximação deles, e saíram
do aeroporto. Antes de darem três passos, Eloise notou que eles começaram a
tirar os casacos.
~~
POV
Matsujun (Point of View – Ponto de vista)
Eu estava tão cansado da longa viagem que nem consegui
prestar atenção a muita coisa, exceto ao tamanho do aeroporto: era minúsculo,
se comparado aos outros em que já estivera.
Assim que saímos do portão de
desembarque, percebi um grupo de fãs encaminhando-se até nós. Eram cerca de
quinze fãs, que se organizaram em nossa volta. Demos alguns autógrafos, mas o que
mais me chamou a atenção foi a última garota para a qual eu autografei um
caderno: sua mão esquerda tinha marcas fundas na palma da mão. Quando terminei de autografar, ergui a cabeça
pra entregar-lhe o caderno e ver seu rosto.
Ela tinha grandes olhos de um
castanho muito claro, e estavam marejados. A pele branquinha de sua face estava
molhada pelas lágrimas que haviam escorrido há pouco e seu rosto era emoldurado
por longos cabelos castanho-claros.
Curvou-se, agradeceu em japonês
e deixou que seus lábios cheios se abrissem num sorriso, retirando-se para que
eu pudesse acompanhar o restante do grupo.
~~
– Elô, você tá bem? – Jessika,
que havia sofrido com o aperto da mão direita da amiga em seu braço, chamou-a.
Eloise tinha o olhar fixo no
local onde Jun estivera há alguns instantes.
– Elô? Elô? – Jessika acenou
freneticamente em frente à amiga.
– Hã? – Eloise conseguiu dizer,
depois de alguns minutos.
– Vamos? Eles já foram para o
hotel e você tem que trabalhar amanhã. – a amiga lembrou-a.
– Ah, vamos! – Lágrimas grossas
saíram de seus olhos, acompanhadas por soluços e um choro baixinho, ao lembrar
o sorriso de Jun.