quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 29





Capítulo 29

                – Espera, cadê a Ise-chan? – Ohno percebeu que ela estava demorando demais.
                Jéssika foi até a cozinha e voltou com um bilhete em mãos.
                – Aqui diz que ela foi buscar o pai da Haru no aeroporto e volta logo. – explicou, sabendo que era a única que entenderia o que estava escrito.
                – Bom, se não há aniversariante, não há festa. – Sho reclamou, levantando-se.
                – Vamos indo então. – Ohno disse, ajudando Nino a levantar-se.
                Os três aproximaram-se de Jéssika, mas esta os afastou, sorrindo largo.
                – Despedidas só amanhã, ok? – ela disse, apertando a cintura de Aiba.
                – Você vai no aeroporto? – Nino perguntou.
                –Definitivamente, eu vou! – sorriu.
                –Tudo bem então! Vamos indo Masaki? – Ohno chamou.
                – Vou ficar mais um pouco, pra ajudar a arrumar essa bagunça toda. – Aiba respondeu.
                Todos se aproximaram de uma Harumi que ressonava calmamente no sofá e afagaram-lhe carinhosamente o topo da cabeça, saindo em seguida, Nino murmurando um “jya ne” e puxando a porta atrás de si.
                – Vamos arrumar isso logo e ir para o meu apartamento. – Jéssika falou, juntando os copos e levando-os até a cozinha – Você sabe lavar louça?
                – Claro que sei! – Aiba sorriu –Não é porque sou ruim na cozinha que também não vou saber lavar louça. Já ajudei muito no Keikarou. Com a louça claro!
                 
~~

                Eloise estacionou o carro e correu até o saguão do aeroporto, onde Kenji estava sentado, mexendo no celular, esperando-a calmamente. Aproximou-se dele silenciosamente e tapou-lhe os olhos delicadamente.
                – Veio rápido. – ele sorriu – Mas pareceu uma eternidade!
                – Eu corri assim que ligou.
                – Cadê a pequena? – ele olhou para ela, perguntando-se se a filha poderia ter ficado no carro.
                – Com a Jéssika. – sorriu.
                – Vem cá. – ele puxou-a para perto de si e colou seus lábios nos dela, que correspondeu imediatamente – Estive esperando por isso o dia todo.
                – Devo admitir que eu também. – lembrou-se dos lábios sujos de glacê de Jun, enquanto comiam o bolo que fizeram, mais cedo.
                – Esse colar lhe caiu muito bem, exatamente como eu imaginava. – ele pegou o pingente com delicadeza.
                – Eu adorei, muito obrigada pelo presente. – ela pensou em todos os presentes que a vida havia lhe dado nos últimos dias – Vamos logo para casa!
                Ela puxou-o pelas mãos, tentando expulsar todos os pensamentos inúteis de sua cabeça.
                Durante o caminho, Kenji percebeu que ela estava longe, apesar de um largo sorriso estar estampado em sua face, o cenho franzido indicava que estava travando uma batalha dentro de si.
                – Acho que deveria ir. – Kenji disse, simplesmente, enquanto desciam do carro.
                – Onde? Hã? – Eloise percebeu que estivera em silêncio durante todo o percurso.
                – Amanhã, despedir-se deles. – respondeu, como se estivesse lendo os pensamentos confusos dela.
                – Não vou, eu já decidi. – forçou um sorriso em sua face, esperando estar demonstrando satisfação com sua decisão.
                – Vai se lamentar a vida toda se não for. – analisou.
                – Não vou! – insistiu.
                –Tudo bem, você é quem sabe, mas deveria ir. – ele esperou que ela abrisse a porta do apartamento.
                Deixou sua mala num canto da sala, enquanto Eloise ia até o quarto de Harumi.
                – A Jéssika levou a Haru para a casa dela. – constatou, trazendo o bilhete que a amiga deixara. Quando virou-o para que Kenji visse, percebeu que Jéssika havia usado o verso do bilhete que ela mesma deixara ao sair.
                Notou que a casa estava limpa, a louça lavada e lembrou-se mentalmente de agradecer à amiga quando a visse.
                – Quer tomar um banho? – ela perguntou, pensando em quão cansado ele estaria – Posso fazer um chá para nós enquanto isso.
                Ela levou-o até o banheiro e ele puxou a porta atrás de si, deixando-a entreaberta. Eloise encheu a chaleira, colocou-a sobre o fogão e permaneceu alguns segundos analisando as chamas azuis.
                Num impulso, foi até seu quarto, arrancou suas roupas e soltou os cabelos, que caíram em cascata, cobrindo seus seios. Abriu a porta do banheiro e entrou sutilmente. Quando abriu o box e entrou, percebeu que ele não conseguia conter sua surpresa ao vê-la ali.
                – Os anos foram gentis com você. – ele sussurrou, puxando-a para baixo da água junto à ele – Está ainda mais bonita.
                – E você está malhando! – sorriu, passando as mãos em seu abdômen definido.
                Ele puxou-a para mais perto de si e beijou-a suavemente, sem ardor, sem aquele desejo louco que sentiam um pelo outro anos antes. Era algo mais nobre, algo mais duradouro. Era amor.
                Ao saírem do banho, vestiram seus pijamas e tomaram o chá. Dormiram abraçados, como se fossem um só.
               
~~

                Jun percebeu que o sol já estava nascendo e que não pregara os olhos nem por um segundo, pensando se conseguiria despedir-se de Eloise. No dia anterior, decidira que iria entregar-lhe uma carta, então mesmo se ela não fosse, poderia pedir para que Jéssika entregasse.
                Encarou a carta, pensando se realmente havia escrito tudo. Era difícil pensar que em tão pouco tempo, sua vida mudara tanto, mas mesmo assim, não mudara nada.
                Ele olhou pela janela, o céu pintado de azul, rosa e amarelo, o sol surgindo lentamente na linha do horizonte. Sentiria falta dali. Sentiria falta dela.

~~
               
                Já eram quase 8h da manhã quando Jéssika, com sua incrível sutileza, invadiu o quarto de Eloise, exigindo que ela levantasse. Kenji levantara há pouco e estava no banho.
                – Eu não vou! – Eloise disse, cobrindo a cabeça com o travesseiro.
                – Como assim não vai? – Jéssika arrancou o edredom da cama.
                – Não posso ir, não vou aguentar! – olhou suplicante para a amiga.
                – Tudo bem, mas depois não diga que não tentei. – desistiu, largando os braços ao lado do corpo.
                – Diga que foi incrível estar com eles. – Eloise virou-se para a janela, observando o sol que invadia o quarto.
                – Caso mude de ideia, o voo deles sai às 10h. – disse, saindo do quarto – Tem certeza que não quer que eu diga nada ao Jun?
                – Absoluta, o recado é para todos.
                –Tudo bem, espero que não passe a vida toda lamentando-se por isso...
                – EU NÃO VOU! – ela gritou, como se assim, pudesse reafirmar sua decisão.
                – A Haru está vindo. – Jéssika avisou, mantendo a porta aberta para que a pequena passasse e fechando-a atrás de si.
                Harumi correu até Eloise, jogando-se na cama. Abraçou e beijou a mãe, sabendo que havia algo errado com ela.
                Ao sair do banho, Kenji deparou-se com Harumi abraçada à mãe, que tinha os olhos avermelhados.
                –Oi, tio Kenji! – Harumi cumprimentou-o, sorrindo, envolta pelos braços da mãe.
                – Olá, pequena. –Kenji correu até a cama e abraçou às duas – Vamos fazer café enquanto a mamãe toma banho?
                – Vamos! – ela seguiu Kenji até a cozinha.
                Eloise levantou-se e foi até o banheiro, deixou a água do chuveiro escorrer por alguns segundos e enfiou a cabeça sob ela, sem nem mesmo despir-se. Deixou que suas lágrimas se misturassem à água gelada e só voltou à realidade quando ouviu duas batidas leves na porta.
                – Está tudo bem? – Kenji perguntou.
                – Sim, sim, estou saindo. – respondeu, desligando o chuveiro.
                – O café está na mesa, venha logo.
                Vestiu-se, torcendo para que a vermelhidão em seus olhos já tivesse desaparecido por completo quando chegasse à cozinha. Lá, viu seu amor e sua pequena conversando como se fossem velhos amigos e novamente sentiu vontade de chorar, mas não deixou que as lágrimas escorressem, ela queria ser forte.
                – Elô? Elô? – Kenji observava Eloise paralisada, as mãos cheias de espuma e um prato na mão.
                – Oi? – ela respondeu, abandonando seus pensamentos.
                – Seque suas mãos! Eu não suporto isso! –Kenji reclamou, entregando-lhe o pano de prato.
                – Isso o quê? –  pensou, secando as mãos.
                –Vamos logo! – puxou-a, chamando Harumi.
                Pegou a bolsa dela, sua carteira e as chaves do carro.
                – Eu dirijo. – abriu a porta do carona para Eloise, que parecia não entender muito bem onde ele queria chegar.
                Kenji sentou Harumi na cadeirinha e afivelou o cinto de segurança. Somente quando saíam da garagem, Eloise entendeu o que ele estava fazendo.
                – Por quê? – ela questionou – Por que está fazendo isso?
                – Porque eu não vou conseguir viver vendo você sofrer. Você vai se culpar a vida toda se não for. Eu não posso viver vendo-a sofrer!
                Eloise não conseguiu responder, as lágrimas escorriam torrencialmente por sua face. Kenji acelerou, torcendo para que conseguissem chegar a tempo.
                – Porque a okaasan tá chorando? – Harumi perguntou baixinho, depois de algum tempo.
                – Ela só está triste, mas vai ficar tudo bem. – Kenji respondeu.
               
~~

                Aiba chegou ao hotel quando o dia estava quase amanhecendo, logo todos acordaram e puseram-se a arrumar as malas. Era visível que Jun não havia dormido, as olheiras ocupavam o espaço sob seus olhos, como se fossem permanentes.
                Às 8h30 saíram do Hotel e se encontraram com o chefe somente no aeroporto. Uma parte da staff havia voltado antes, logo depois das filmagens. Johnny Kitagawa sentara-se em uma das poltronas do saguão e estava imerso em um livro. Os cinco sentaram-se próximos ao chefe e logo Jéssika chegou. Jun suspirou alto quando viu que ela vinha sozinha. No fim, não iria poder se despedir de Eloise. Talvez seja melhor assim, pensou.
                Aiba e Jéssika permaneceram abraçados até minutos antes da partida. Beijaram-se demoradamente, Jéssika e Aiba, quando a primeira chamada para o embarque ecoou no saguão. Jéssika abraçou a todos, em seguida curvou-se e agradeceu por tudo. Ainda havia uma pequena chama de esperança tremulando no coração de Jun.
                – A Ise-chan – Jéssika falou, concluindo que a amiga realmente não viria – pediu que eu agradecesse por todos os momentos incríveis que ela pôde compartilhar com vocês. Arigatou gozaimashita.
                Sho, Nino e Ohno seguiram na frente, o segundo chamado ecoando. Aiba novamente beijou Jéssika e correu atrás dos outros. Jun, sentindo que ela realmente não viria, esticou sua carta para Jéssika.


Continua...

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