terça-feira, 22 de janeiro de 2013

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 31




Capítulo 31
               
                Jun passou apressado pelas portas duplas, sem nem prestar atenção nos seguranças que o olhavam estranho e logo entrou na sala onde costumava se reunir com o restante do grupo, ignorando o fato de que ele era o único ali. Sentou-se numa poltrona, cruzando as pernas, e abriu o notebook que trouxera dentro de sua bolsa. Novamente abriu sua caixa de entrada: vazia. Passando a mão nos cabelos, resolveu reler alguns dos emails para ver se conseguiria alguma pista.
                Desde que entregara aquela carta com seus sentimentos para Eloise, há mais de cinco anos atrás, eles trocavam emails regularmente, e por mais que sua agenda estivesse cheia e ele mal tivesse tempo para comer, sempre dava um jeito de verificar sua caixa de entrada e responder os emails dela. Mas há quase dois meses não recebia resposta alguma, e isso o estava consumindo.
                Releu o último email que ela lhe enviara.

De: Eloise Zanatto;
Para: Jun Matsumoto.
23 de março de 2017.
Harumi está tão crescida, meu Deus! Me pergunta todos os dia, quando vou levá-la para conhecer o Japão.
Acho que vamos nos mudar para São Paulo, afinal, não é legal praticamente viver dentro de aviões. Mas é bom, porque com a mudança, vou finalmente poder ser jornalista.
Espero que esteja tudo bem por aí!
                Beijos da Haru! <3

Não havia nada de diferente nele, nada que dissesse que ela se cansara dele, que ela não mais o responderia. Claro, poderia ser justificável pela mudança, mas dois meses era tempo demais!
Perdido em seus pensamentos, Jun só percebeu que um dos assessores do chefe entrara na sala quando este pigarreou, olhando-o preocupado.
– Matsumoto-san, você está atrasado para a gravação do Arashi ni Shiyagare. Todos esperam por você.
– Mas, hoje não tinha reunião? – Jun respondeu, distraidamente.
– Não senhor, hoje é gravação do Shiyagare e é melhor se apressar. – o assessor abriu a porta, orientando-o a ir logo e só então Jun percebeu que havia errado o dia da semana.
Durante o percurso até o estúdio, Jun pensou em quanto andava distraído e que deveria prestar mais atenção às coisas para não se tornar um peso para o grupo. Logo ele, que sempre fora o pontual, o organizado, aquele que sempre ajudava em tudo.
Ao chegar, nem teve tempo de colocar suas lentes, e antes que desse em conta, estavam gravando, o convidado entrando. Mais de uma vez, ele percebeu que não sabia sobre o que falavam, então sorria largo e tentava participar.
– Achei que nunca mais ia acabar... que gravação mais longa! – Jun reclamou, sentando-se num sofá nos bastidores, ao fim da gravação.
– Você chegou atrasado e ainda tem a capacidade de reclamar? – Nino disse, tirando o casaco e se jogando em outro sofá, deixando transparecer seu mau humor.
– Me desculpem, achei que hoje tinha reunião na JE.
– Tudo bem, Jun, pelo menos chegou a tempo. – Ohno bateu em suas costas.
– Quer saber, MatsuJun, você tem que voltar ao seu normal! – Nino começou, colocando pra fora tudo que vinha contendo há mais de um mês – Desde que voltamos do Brasil, você nunca mais voltou ao normal, mas de uns dias pra cá, está ficando insuportável! Nós não podemos ficar te carregando! Nós precisamos de você!
– Kazu! – Sho colocou a mão sobre o ombro do Nino, pedindo que parasse.
– Não, Sho-chan, eu preciso ouvir isso. – Jun disse, abaixando a cabeça – Sei que não tenho sido profissional, sei que estou dando trabalho pra vocês, mas acreditem, eu estou tentando. Estou tentando...
– Ela não tem respondido seus emails, não é? – Aiba sentou-se ao lado de Jun e todos olharam pra ele, sem entender. – Eu percebi que está sempre checando sua caixa de entrada. Ela não responde a Jessie também.
– Como eu disse, o problema é ela! – Nino levantou-se impaciente, pegou seu casaco e saiu bufando.
– Eu vou atrás dele. – Ohno deu um tapinha nas costas de Jun e saiu em disparada atrás de Nino.
– Já tentou ligar? – Sho propôs.
– Deveria tentar. – Aiba colocou seu celular sobre a perna de Jun.
– Tudo bem, vou tentar. – Jun discou o número e segundos depois, afastou o aparelho da orelha, desanimado.  – Desligado.
– Vou falar com a Jessie, pedir que ela vá para o Brasil, afinal, ela também está mal por isso. Jun-kun, vai ficar tudo bem! – Aiba disse, sorrindo.
Sempre com esse sorriso largo em sua face, Jun pensou.

*---*

Como de costume, Aiba bateu três vezes antes de entrar no apartamento de Jéssika, abrindo com sua própria chave. Era noite, todas as luzes da casa estavam apagadas e a luminosidade proveniente da televisão inundava a sala, onde Jéssika estava enroscada no sofá, o rosto coberto pelo edredom.
Aiba deixou as chaves sobre a mesa de centro e sentou-se na ponta do sofá, ao lado de Jéssika, puxando lentamente o edredom. Sua face estava marcada por lágrimas, os olhos avermelhados.
– O que houve, meu anjo? – Aiba abraçou-a, preocupado.
Jéssika deitou sua cabeça sobre as pernas dele e pôs-se a chorar baixinho. Aiba esperou pacientemente, afagando sua cabeça, até que ela conseguisse conter as lágrimas.
– Eu não sei o que fazer! – ela disse por fim.
– O quê?
– A Haru me ligou hoje e estava chorando.
– Chorando? O que aconteceu? Ela te disse?
– Ela ligou escondido da Elô.
– Mas elas estão bem?
– Estão... – foi interrompida por soluços que chacoalhavam todo seu corpo, as lágrimas escorrendo torrencialmente por sua face.
– Jessie, o que aconteceu? – Aiba ergueu a cabeça dela, olhando-a nos olhos.
Ela levantou-se e abriu o notebook sobre a mesa de centro. Aiba não conseguia entender o que estava escrito ali, mas logo localizou um nome conhecido no meio de todas aquelas palavras em português.
– Kenji... – sussurrou, enquanto lia e observava a imagem.

*-----------*

                Depois de uma breve explicação entre lágrimas de Jéssika, Aiba finalmente entendeu o que aconteceu. Entendeu o motivo de Eloise não atender a nenhum deles, o motivo de Jéssika estar chorando. Abraçou-a e enquanto processava a informação e tentou acalmá-la.
                Sabendo que somente um chá quentinho a acalmaria, Aiba colocou a água para ferver enquanto tomavam banho juntos. A combinação de banho quente ao seu lado e chá calmante, logo a fizeram dormir. Ele beijou sua testa e afagou-lhe o topo da cabeça, deixando um bilhete na cabeceira da cama e saindo em seguida.
                Enquanto dirigia até a casa de Jun, pensava em como contaria para ele. Se até mesmo ele se assustara, ficava pensando qual seria a reação de Jun. Hesitou antes de tocar a campainha, afinal, já era madrugada e Jun costumava dormir cedo quando podia. Por fim, apertou o botão até que ouviu os passos do amigo.
                – O que está fazendo aqui, Masaki? – Jun certamente estivera dormindo, seu pijama velho e puído, os cabelos desgrenhados e os óculos colocados precariamente em sua face.
                – Tenho notícias da Eroise-chan. – Aiba sabia que ao som daquele nome o amigo despertaria por completo.
                Jun abriu caminho para que Aiba entrasse, este logo se jogou em um dos grandes sofás azuis da sala bem decorada do amigo. Jun sentou-se em sua frente, arrumando os óculos.
                – Pode falar tudo. – declarou.
                – É complicado.
                – Não importa.
                –Tudo bem... – Aiba novamente pensou na melhor maneira de contar. Pegou seu celular e depois de alguns minutos, colocou-o sobre a mão impaciente de Jun.
                – O que é isso? – Jun olhou, confuso.
                Na tela do celular, as imagens retratavam um avião parcialmente destruído e muitas pessoas sendo retiradas de lá, fogo e fumaça. Jun observou o texto abaixo e logo encontrou um nome conhecido. Voltou novamente para a imagem, assustado. Analisou o texto, voltou para o nome, para a imagem, inúmeras vezes.
                – Não precisa explicar. – Jun entregou o celular para Aiba, atônito.
                – A Haru ligou para a Jessie hoje, ela estava chorando e disse que a mãe a proibira de entrar em contato com qualquer um de nós. Quando a Jessie perguntou o que aconteceu, ela balbuciou algo sobre seu pai, aviões e acidente, desligando em seguida. – Aiba disse – Tão logo desligou o telefone, a Jessie foi procurar entender o que acontecera e então encontrou essa notícia aí. 
                – Entendo o motivo da Ise-chan não responder... – Jun declarou, indo até a janela e observando todas as luzes do centro da cidade. – Agora, só há uma coisa a se fazer.
               
Continua...

2 comentários:

  1. Olá!!
    Ansiosa pra saber o que o Jun fará!!!!
    Bjos e parabéns!!!
    Bete

    ResponderExcluir
  2. Ise-chan nossa não esperava q iria acontecer assim as coisas....
    Estou louca pelo próximo capitulo
    Vc escreve muito bem e está cada vez melhor
    Omedetou XD

    ResponderExcluir

Faça um autor feliz! Deixe seu comentário aqui: