domingo, 17 de março de 2013

Maboroshikutemo - Mesmo que seja uma ilusão



Maboroshikutemo (幻くても)- Mesmo que seja uma ilusão




Sinopse:
            E se seu ídolo não fosse exatamente o que parece ser? E se ele se cobrisse com uma máscara de simpatia e seu único intuito fosse subir na vida? E se ele quisesse deixar o grupo do qual fez parte por tantos anos?
            Matsumoto Jun decidiu deixar o Arashi e a única pessoa que pode o impedir é Maeda Yuuki. Ela, por sua vez, esconde um passado misterioso e ao que tudo indica, envolve Nishikido Ryo. Afinal, qual é a importância dele nessa história?

Gênero: Suspense, drama.

Classificação: 13 anos.

Observação: Johnny’s de outros grupos desempenharão papéis fundamentais na fanfic.





Em breve estarei disponibilizando os primeiros capítulos e capa da fic.

Espero que gostem! *o*

quarta-feira, 13 de março de 2013

Fim de alguns projetos, início de outros!

Minna, quero me desculpar por passar tanto tempo sem postar nada além da fic! 



Como eu venho avisando há algum tempo, esse ano, é meu ano de vestibular e por esse motivo, eu realmente vou me afastar do blog, como venho fazendo.

Mas, mesmo longe, eu andei fazendo algumas coisinhas que tenho que compartilhar com vocês! 




Alguns dos projetos que iniciei ano passado, finalmente consegui chegar ao fim nesse ano, e me sinto leve, por esse motivo.
Minha primeira longfic, Dear Sun: hoje coloquei o último ponto final nela. Espero que tenham gostado! (clique AQUI para ler)
O primeiro dorama que traduzi (não foi sozinha, mas fiz a maior parte, ao menos), Lucky Seven, consegui terminar há algum tempinho já, e mal consigo expressar minha alegria quanto à isso. (clique AQUI para baixar no Hatenai Arashi).

Um novo projeto.
Porque escritor que é escritor, não consegue ficar sem escrever. 
Em breve estarei postando minha nova fic. Ela é mais densa, mas vinha me atormentando há algum tempo e finalmente me rendi, colocando-a no papel. 
Espero que gostem dela também! 



Algumas coisas sobre o Arashi:
> Lançaram um single novo (Calling x Breathless), que é maravilhoso! XD
> Ainda não foi anunciado, mas em breve teremos DVD!
> Sho está começando um programa solo, chamado Ima Kono No kao Ga Sugoi.
> Nino também anunciou programa solo.
> Hoje, Aiba anunciou que apresentará um programa chamado Aiba Manabu.


Por fim, me desejem sorte nos estudos. Não sei quando vou voltar com conteúdo diferenciado.

Beijos,
Eloise Zanatto.

A saga do Açaí

Yoooooooooooooooo!

Arashian vê Arashi em tudo mesmo né?



Minna, hoje, depois de tanto tempo, vim contar como foi minha tarde com a linda da Camila! ^^
Faz tanto tempo já! 

Lembram que comentei sobre o dia que saí com a Cris e com as irmãs Bruna e Vanessa? Então, foi na mesma época, mas como as fotos demoraram pra chegar em minhas mãos, acabei por só conseguir postar agora. 
Repetindo o local do encontro com as irmãs, eu e a Camila passamos uma tarde agradável no Shopping Parque das Bandeiras. Quando percebemos já era hora de nos despedirmos e não conseguimos conversar nem metade do que queríamos *o*



Uma coisa curiosa que aconteceu: eu fui de azul (cor do Oh-chan, ichiban dela) e ela, sem querer, foi de roxo (cor do meu Jun *o*).

E a explicação para o nome do post:

Essa que vos escreve nunca tinha comido açaí e resolveu experimentar junto com a Camila. Pedimos açaí com leite condensado e confeti (ele vinha nas cores laranja, amarela, azul, verde, marrom e vermelha) e assim que pegamos o copo, Camila olhou para mim, visivelmente triste:
"Só falta o Jun" falou.
"Verdade, né?" eu concordei.
Quando terminávamos o copo, senti uma luz caindo sobre mim, e finalmente percebi:
"Né, o Jun esteve aqui o tempo inteiro!" comentei, sorrindo.
"Como assim?" ela perguntou, confusa.
Usando a colher, apontei para o conteúdo do copo.
"Açaí é roxo." sorri.
Isso foi motivo pra muito riso, e acho que nunca vou esquecer! *o*




Por fim, arigatou Camila, por passar aquela tarde maravilhosa comigo! XD


Beijos,
Eloise Zanatto.


[Fanfic] Dear Sun - ESPECIAL



ESPECIAL
                               
                Jéssika estava terminando de arrumar os últimos detalhes do vestido de Eloise. Fora ela mesma quem desenhara cuidadosamente, e tão especialmente para a amiga. Afinal, depois de tanto tempo ela se rendera a Jun. O vestido tomara-que-caia se abria em cascata a partir do busto e era todo rendado. Seus cabelos estavam presos num coque alto que segurava o véu, este cobrindo parte de suas costas.
                A cerimônia seria realizada no interior, onde haviam centenas de sakuras florescidas. O altar fora montado ao pé de uma delas e lá, todo vestido de branco, Jun a esperava. Sho e Ohno à sua esquerda, Aiba e Nino à sua direita. Era visível o nervosismo dele, que andava de um lado a outro.
                Nino, Aiba, Ohno e Sho retiraram-se do altar, onde Nino sentou-se em frente a um piano de cauda e começou a tocar One Love sendo acompanhado pelos amigos, então Jéssika passou pelas fileiras de cadeiras e, em seguida, Mizuki e Makoto entraram lado a lado, ela jogando pétalas de rosas no chão, e ele carregando as alianças. Por fim, Eloise entrou, segurando a mão de Harumi, ao som de One Love, como tanto sonhara, encontrando Jun à sua espera no altar.               
                – Eu te amo – ele sussurrou enquanto a ajudava a subir o pequeno degrau do altar.
                – Eu te amo mais. – ela respondeu, sorrindo.
                O padre realizou a cerimônia em japonês, afinal, os convidados eram todos japoneses, mas na hora dos votos, Jun desculpou-se, e prosseguiu em português. Naquele momento, eram só ele e ela ali.
                – Amo-te tanto, meu amor… não cante o humano coração com mais verdade… Amo-te como amigo e como amante, numa sempre diversa realidade. Amo-te a fim de um calmo amor prestante, e te amo além, presente na saudade. Amo-te, enfim, com grande liberdade, dentro da eternidade e a cada instante. Amo-te como um bicho, simplesmente, de um amor sem mistério e sem virtude, com um desejo maciço e permanente. E de te amar assim muito e a miúde é que um dia em teu corpo, de repente, hei de morrer de amar mais do que pude. – ele disse, sem desviar os olhos dos dela, que a essa altura, estavam marejados.
                – Andou estudando literatura brasileira. – ela declarou simplesmente, e sem nem mesmo esperar que o padre os declarasse “marido e mulher”, grudou seus lábios aos dele.
                Finalmente, depois de cumprimentar a todos os convidados, seguiram para o salão. As pessoas abriram uma roda para que o casal pudesse dançar a primeira valsa, e então Eloise olhou apreensiva para Jun.
                – Não sou boa nisso. – disse, por fim.
                – Eu te guio. – ele declarou, colocando uma de suas mãos na cintura dela.
                Eloise praticamente cambaleou a música toda, até que Jun sussurrou em seu ouvido.
                – Sempre estarei aqui para te guiar, meu amor.
                – Eu sempre soube disso. – declarou, e em seguida, outros casais foram ocupando a pista de dança.
                Jun puxou-a para um dos cantos do salão e abraçou-a.
                – Você não imagina o quanto eu esperei por isso. – ele sorriu, afagando a face dela.
                – Posso te fazer uma pergunta?
                – Todas que quiser. – manteve os braços envolvendo-a.
                – Qual é seu maior sonho? – disse, um sorriso brincando em seus lábios.
                – Viver todos os dias da minha vida ao seu lado. – declarou sem pensar suas vezes – E o seu?
                – Já se realizou. – Eloise levou a mão até a barriga, sorrindo.
                – Está brincando?? – Jun exclamou, colocando sua mão sobre a dela, incrédulo.
                – Se for menino, eu deixo ter cabelos enrolados. – ela brincou, lembrando-se de Hanadan.
                – Tá falando sério mesmo? – ele passou a mão na barriga dela – Há quanto tempo sabe?
                – Umas duas semanas, – sorriu – queria deixar pra contar hoje.
                Então Jun tomou-a nos braços e beijou-a novamente. Ele nunca cansaria de beijá-la.
               
                Meses depois...

                – Né, quem diria que o Aiba seria o primeiro de nós a ser pai. – Sho disse, tomando a cerveja em seu copo.
                Outra tour havia terminado e eles saíram para beber. Em poucos dias, o bebê de Jun e Eloise nasceria e o amigo tiraria alguns dias de folga.
                – Que história é essa do Aiba ser o primeiro a ser pai? – Jun rugiu, também bebendo a cerveja.
                – Veja Jun, Makoto e Mizuki têm quase quatro anos já. – Aiba constatou.
                – Mas a Haru já tem 12! – Jun explicou, sorrindo – Não é porque não fui eu quem a fez que ela não seja minha filha.
                – Certo Jun, bom argumento. – Nino disse, puxando o DS do bolso.
                – Né, acho que deveríamos fazer uma cerimônia de casamento para o Nino com o DS dele. – Ohno falou, sem olhar para Nino– Afinal, acho que ele vai acabar se casando com o jogo mesmo.
                – Apoiado. – Sho concordou.
                – Ótima brincadeira. – Nino reclamou, sem tirar os olhos do jogo – Veja só quem fala... vai se casar com as varas de pesca...
                – Pelo menos quando pesco eu interajo com as pessoas... – Ohno rebateu.
                – Claro, pescando sozinho sempre vai interagir só com os peixes. – Nino sorriu – E quem disse para vocês que jogando não se arruma namorada?
                – Como que é, Nino? – Sho assustou-se – Quer dizer que arrumou uma namorada?
                – Quase isso. – Nino fechou o DS e todos puderam ver seu olhar apaixonado.
                – Preparem-se porque vem mais música apaixonada por aí... – Aiba brincou.
                – E eu vou pro Brasil pescar... vai que eu pesco uma burajiru por lá também?– Ohno animou-se.
                – E daí eu vou ser o único solteirão do grupo. Acho que vou começar a participar de encontros às cegas. – Sho reclamou.
                – Do jeito que a Harumi anda, quando ela crescer vai querer se casar com você, Sho-kun. – Jun riu.
                – Talvez eu ainda esteja solteiro até lá. – Sho fez beicinho.
                Antes que Jun pudesse dizer algo, seu celular tocou insistentemente e ele o atendeu imediatamente. Era Jéssika, dizendo que Eloise estava em trabalho de parto.
                – É, eu vou ser pai. – Jun disse aos amigos enquanto ia até a saída – De novo! – completou.
               
                Poucas horas depois, Jun entrou no quarto de Eloise. Ela estava cansada e sonolenta, então ele afagou sua cabeça e depois a beijou carinhosamente.
                – Está tudo bem? – perguntou, sentando-se ao lado dela.
                – Com certeza. – sorriu – Só quero que veja nossa filha.
                – Já escolheu o nome? – eles decidiram que só o escolheriam quando vissem o rostinho do bebê.
                – Você vai escolher. – ela apertou a mão dele e, em seguida, a enfermeira entrou no quarto trazendo a pequena embrulhada em vários cobertores.
                Jun tomou-a em seus braços e sentiu o calor da pequenina. Ela abriu os olhinhos alguns centímetros e então tornou a fechá-los, bocejando.
                – Saori. – ele declarou, ninando a filha.
                – Lindo. – Eloise disse.
                Então Jun entregou-a a Eloise, para que ela amamentasse e, em seguida, Harumi entrou no quarto.
                – É linda. – Harumi declarou, observando Saori – Otousan e okassan, domo arigatou por me darem uma irmãzinha linda.
                Jun pôs Harumi sentada ao lado de Eloise na cama e observou as três mulheres de sua vida. Bendito dia em que Aiba convidou-nos para um segundo training camp, pensou.



Nota final: Poderia escrever fim aqui, mas eu realmente gostaria que a história continuasse em sua cabeça, então, encare esse último ponto final, como um “continua...”. Obrigada por acompanhar até o fim.

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 37




Capítulo 37

                                Harumi mantinha o pescoço bem coberto pelo cachecol enquanto caminhava ao lado das amigas até o portão da escola. Estava muito frio e a mochila pesava em suas costas. Depois de uma breve busca, percebeu que a mãe não a esperava e, desanimada, encostou-se ao portão. Assim que viu o familiar carro prateado de vidros muito escuros estacionado num local próximo correu até ele. A porta foi aberta pelo lado de dentro e Harumi logo largou-se no banco de trás.
                – Tio Jun! – exclamou, esticando-se para abraçar Jun.
                – Você está gelada, meu anjo. – ele apertou as bochechas dela, aumentando o aquecedor do carro.
                – O que está fazendo aqui? – tirou o cachecol e aninhou-se nos bancos de couro.
                – Sua okaasan pediu para eu vir buscá-la, então terminei as gravações e vim. – ligou o carro.
                – Hum, está tudo bem?
                – Hai, só frio, né? Acho que vai nevar hoje.
                – A okaasan está trabalhando mais do que deveria, ultimamente. – Harumi constatou, preocupada com a mãe.
                – Verdade, né? – Jun concordou – E então, o que vamos fazer até sua okaasan sair do trabalho?
                – Podemos ir pra um lugar quente? – os lábios de Harumi ainda estavam levemente arroxeados.
                – Para onde quiser. É você que está no comando. – ele dirigia calmamente, sem destino certo.
                – Certo, então quero ir para o seu apartamento e depois podemos pedir uma pizza. O que acha? – sorriu amarelo. Harumi adorava o apartamento de Jun.
                – Como eu disse, você é quem manda. – fez o retorno, visivelmente feliz por poder ir pra casa depois de um dia cansativo de trabalho.
                Harumi achava o apartamento de Jun um lugar mágico, especialmente a vista da janela do quarto dele. Deixou a mochila sobre o sofá e correu para lá, quase encostando o nariz ao vidro. O sol estava se pondo, o céu colorido de rosa, amarelo e azul. As árvores de cerejeira estavam totalmente sem folhas ou flores.
                – Lindo né? – Jun aproximou-se – Eu realmente deveria olhar por essa janela mais vezes.
                – Deveria mesmo.
                – O que acha de tomar um banho para se aquecer de verdade? Há algumas roupas suas aqui em algum lugar. – ele sorriu, lembrando-se do dia que pedira para Eloise deixar algumas mudas de roupa da pequena em sua casa.
                – Hum, estou indo. – deu uma última olhada pela janela, então pegou a toalha que Jun lhe estendia e saiu do quarto, indo em direção ao banheiro.
                – Vou deixar a roupa sobre a cama. – ele avisou, colocando carinhosamente as roupas dela em cima da cama do quarto de hóspedes.
                Harumi saiu do quarto vestindo uma roupa quentinha e encontrou Jun na sala, com os cabelos molhados, enrolado a um cobertor. Ele convidou-a para se sentar ao seu lado, sorrindo.
                – Já pedi a pizza. – Jun disse. Ele sempre se sentia tão bem ao lado de Harumi.
                – A de sempre? – ela inquiriu.
                – Certamente.
                – Né, a okaasan deve estar com frio. – enrolou-se mais ao cobertor.
                – Logo, logo ela chega. – ele trocou de canal.
                – Hum, tio Jun, posso fazer uma pergunta? – ela sentiu sua face queimar.
                – Todas que quiser.
                – Será que um dia vou poder te chamar de otousan? – sentiu também, os olhos marejando e virou-se para a televisão.
                Jun sentiu aquelas palavras atingirem-no com uma força inimaginável e permaneceu alguns segundos sem reação alguma. Ele sempre a viu como uma filha, ou algo do gênero. Certamente ele a amava, assim como amava sua mãe, e queria mais que tudo poder chamá-la de filha.
                – Talvez um dia, né? – ele sorriu, bagunçando o cabelo dela.
                O interfone tocou estridente e Jun levantou-se num salto. Saber que Harumi o queria como pai era a constatação de que ele realmente deveria correr atrás de Eloise.
                – Vou descer para buscar a pizza. Logo volto. – ele puxou a porta atrás de si.
                Harumi pegou o controle e mudou o canal. Estava passando o dorama de Jun com Aiba.
Alguns minutos depois, o elevador parou em frente à porta de Jun e ele ouviu uma gargalhada alta vindo do interior do apartamento. Abriu a porta silenciosamente e observou Harumi. Ela assistia ao seu dorama e estava rindo de Aiba.
                – O que é que está tão engraçado? – Jun perguntou, deixando a pizza sobre a mesa de centro.
                – O Tio Masaki é terrível como vilão! – ela ainda ria, os olhos fixos na TV.
                – Deixe-o ouvir você dizendo isso. – ele riu junto – A propósito, isso não é dorama pra meninas da sua idade – tomou o controle.
                – Tio Jun! – Harumi reclamou quando Jun desligou a TV.
                – Depois que comermos eu ligo novamente... só que não nesse canal. – ele abriu a caixa e o cheiro da pizza encheu o ambiente.
                – Parece gostoso. – ela esticou a mão para pegar a pizza – Só falta a okaa...
                A campainha tocou estridente, interrompendo Harumi.
                – Não falta mais! – Jun disse, correndo até a porta.
                Mesmo escondidos sob o cachecol, os lábios de Eloise estavam roxos e a face vermelha, como se ela estivesse envergonhada. Uma touca cobria seus cabelos e ela vestia um grande casaco preto. Parecia muito cansada.
                – Yo! – Eloise cumprimentou-os, sorrindo.
                – Entre. – Jun deixou que ela passasse, e fechou a porta.
                Enquanto ela tirava todos os casacos e pendurava-os no armário ao lado da porta, Jun quase pode vê-la descongelando.
                – Desculpem a demora, tive que cobrir uma pauta numa cidade vizinha e acabei me atrasando. – ela abraçou forte a filha, afagando-lhe a cabeça.
                – Tio Jun disse que vai nevar. – Harumi sorriu.
                – Odeio o frio, mas eu gosto tanto da neve. – ela comentou, sentando-se ao lado da filha e puxando a ponta do cobertor.
                – Hum, vamos comer? Vai esfriar. – Jun sentou-se em frente à pizza e escolheu um pedaço.
                – Com a fome que estou, tudo o que eu queria era uma pizza. – Eloise comentou, entregando um pedaço grande para a filha e pegando um para si.
                Logo a caixa de pizza estava vazia, Jun e Eloise conversavam normalmente enquanto Harumi assistia a um anime na TV. Certamente ela não se lembrava do que havia dito a ele há alguns dias atrás. Harumi levantou-se silenciosamente e foi para o quarto de Jun, olhar pela janela novamente, deixando os dois a sós.
                Com a saída de Harumi, Jun percebeu a deixa. Ele sentou-se ao lado de Eloise e sem hesitar, segurou sua mão. Ainda estava gelada e ele pôde ver os pelos do braço dela se eriçando ao seu toque.
                – Ainda está com frio. – ele falou, aproximando-se mais e lhe envolvendo num abraço.
                – Jun, o que está fazendo? – perguntou, sem entender o que estava acontecendo.
                – Te aquecendo. – sorriu, enterrando seu nariz nos cabelos dela.
                – Está tudo bem, Jun, logo vou ficar quentinha. – sorriu de volta.
                – Elô, tem uma coisa que eu queria te dizer.
                – Sabe que pode dizer. – um sorriso tranquilo estava estampado em sua face, mas ela sentiu seu coração disparar levemente.
                – Certo. – então ele aproximou-se novamente e, sem que ela pudesse reagir, colou seus lábios aos dela. Foi um beijo lento e ritmado, que ignorava as batidas rápidas e inconstantes de ambos os corações.
                – O que está fazendo? – Eloise conseguiu dizer, entre os beijos, mas sem parar.
                – Aquilo que eu queria dizer, sou melhor em mostrar. – ele olhou-a nos olhos enquanto falava, então tornou a beijá-la.
                Em momento algum ela empurrou-o ou recusou o beijo, estava respondendo melhor do que ele havia imaginado. Depois de vários minutos, Jun se afastou alguns centímetros para que pudesse olhar dentro dos olhos dela.
                – Não vou me desculpar como da primeira vez. – Jun sorriu, afagando a bochecha queimada de frio dela – Esperei quase oito anos por isso.
                – Jun, não... – ela começou.
                – Escute. – ele disse, sério – Há oito anos eu disse que te amava, e eu ainda a amo mais que tudo nesse mundo, então por favor pare de ser teimosa.
                – Eu... eu... – tentava pensar em algo que não soasse infantil – Eu não posso.
                – Você pode sim, nós podemos. Eu sei que gosta de mim. – passou a mão em seu pescoço quente – Elô... Ise-chan, eu te amo... Aishiteiru yo.
                – Nunca duvidei disso, mas acho que eu não vou corresponder do jeito certo. – Eloise tirou com cuidado a mão dele de seu pescoço.
                – Já está correspondendo, só você não percebe. – apertou a mão dela – Haru me perguntou quando poderia me chamar de otousan. Até ela percebeu.
                Então, uma única lágrima escorreu pela face dela e ele secou carinhosamente. Ela, enfim, aproximou-se dele e enterrou sua cabeça no peito de Jun.
                – Hontou ni gomenasai... me desculpe por fazê-lo esperar tanto tempo. – ela disse, erguendo o rosto e depositando um beijinho em seu queixo.
                – Eu nunca me cansaria de esperar. – segurou o rosto dela contra o seu, nariz com nariz.
                – Aishiteiru yo. – ela sussurrou, olhando no fundo dos olhos dele.
                Eloise encostou-se em Jun, deixando que ele a envolvesse com seu calor e a aquecesse. Vários minutos depois, foram até o quarto, onde encontraram Harumi olhando sem piscar, para a janela. Aproximaram-se, Jun segurava firmemente a cintura de Eloise com uma das mãos. 
                A vista era impressionante, ainda mais bonita do que quando as sakuras floresciam ou quando o sol estava se pondo. O céu escuro em contraste com a cidade brilhante pelas luzes de néon dava espaço para pequenos flocos de neve, que flutuavam até o chão juntando-se em montinhos.
                – Haru, agora já pode me chamar de otousan. – Jun sorriu, abraçando-a enquanto observava a neve cair.

~ ~

quarta-feira, 6 de março de 2013

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 36




Capítulo 36

                Eloise e Harumi foram recepcionadas por Jéssika e o restante do Arashi no aeroporto, todos devidamente disfarçados. Jun não conseguia conter sua felicidade; aquele grande sorriso em sua face só fazia com que os outros acreditassem que o “Jun de verdade” estava de volta.
                Logo Eloise assumiu seu cargo no NEWS ZERO, ao lado de Sho, que se mostrava cada dia mais prestativo. Ele faria de tudo para que Jun continuasse sendo “o Jun” e ficava feliz em poder ajudar a moça.
                Harumi esperaria pelo fim das férias para passar a frequentar a escola, mas por ser bastante comunicativa e seu japonês ser relativamente bom, logo fez amigos no prédio em que moravam.
                No trabalho, Eloise ligava ou mandava sms de tempos em tempos para Jéssika, lembrando-a dos remédios, e quando não estava trabalhando passava a maior parte do tempo com a amiga, pelo menos até que Aiba chegasse.
                Com o intuito de casar-se antes de dar à luz, Jéssika passava boa parte do dia organizando o casamento. Não seria algo grande, mas certamente memorável.
                O Arashi estava trabalhando em um novo álbum e organizando uma tour que seria anunciada junto ao lançamento do álbum. Havia dias em que Aiba chegava em casa com o sol já nascendo, enroscava-se em Jéssika na cama, acariciando sua barriga em constante crescimento.
                No terceiro mês, Jéssika descobriu que esperava gêmeos, o que tornava a gestação ainda mais perigosa, mas aos cuidados de Aiba e Eloise, Jéssika tinha certeza de que aguentaria até o fim.
                Em seus poucos dias de folga, Jun levava Eloise e Harumi para conhecer Tóquio e algumas cidades próximas. Quando visitaram a Sky Tree, Eloise percebeu que uma menina os olhava muito fixamente e nos dias seguintes surgiu o boato de que Jun estava saindo com uma mãe solteira, matéria acompanhada por fotos dos três juntos. Eloise e Harumi haviam aparecido de costas, revelando somente o rosto de Jun, este seguiu as ordens do chefe, ignorando veementemente todos os comentários, que logo foram esquecidos.
                Ela tinha que admitir que trabalhar com jornalismo era bastante cansativo, um tipo de cansaço diferente ao que estava acostumada como guia; este era mental e não físico. Mas, a cada pauta coberta, a cada matéria que ia ao ar, ela se sentia ainda mais satisfeita com seu trabalho.
                Com sua grande e redonda barriga apontando no vestido, em seu sétimo mês de gravidez, Jéssika e Aiba finalmente trocaram as alianças. Por estarem em tour e Jéssika estar quase dando à luz, não puderam viajar em lua de mel, mas Jun fez com que prometessem que o deixariam pagar a viagem para onde quisessem. Considerando que Aiba já não era mais tão novo, a reação da imprensa e das fãs não foi tão ruim, mas de qualquer modo surgiram críticas e os números do fã-clube diminuíram levemente.
                Nas semanas seguintes ao casamento, o Arashi realizava o último concerto da tour, quando Aiba recebeu a ligação de Eloise, avisando que os gêmeos nasceriam prematuramente. Não podendo deixar o show, Aiba deu o melhor de si até o final e depois de tomar uma ducha rápida voltou para Tóquio. A preocupação durante todo o percurso de volta o estava enlouquecendo, mas Jun, que estava junto, tratou de acalmá-lo.
                Ao chegar no hospital e ver Jéssika e seus filhos bem, o sorriso voltou aos seus lábios. Mizuki e Makoto eram as crianças mais lindas que já vira. Esta foi a primeira vez em que deixou de ir beber com os amigos depois de um show.
                Eloise esperava no corredor, enquanto Aiba estava no quarto. Jun aproximou-se, colocando sua mão sobre o ombro dela, carinhosamente.
                – Está tudo bem agora. Quer que eu te leve pra casa? – Jun sorriu – Masaki cuida deles, e a Haru deve estar te esperando.
                Ao sentir o calor de Jun, ela finalmente relaxou. Ele levou-a para casa e subiu brevemente, para beijar a testa de uma Harumi já adormecida. A pequena havia se acostumado à presença de Jun, assim como ele havia se acostumado a vê-las frequentemente.
                Despediu-se de Eloise com um abraço e seguiu até o pub onde os amigos o esperavam. Iriam comemorar por Aiba.
~ ~
Algum tempo depois...
                Em algumas semanas, os gêmeos completariam três anos de idade e Jéssika estava às voltas com a festa. Uma coisa que aprendera com o nascimento deles era que mesmo que fosse algo simples, o trabalho sempre seria dobrado.
                O pequeno Makoto era a réplica perfeita do pai, até mesmo nas manchinhas sobre o ombro. Era sorridente e quase não dava trabalho à mãe. Mizuki era o oposto total. Por ser muito apegada ao pai, quando este não estava ficava chorosa e costumava bater no irmão. Se não fossem pelos olhos como os do pai, ninguém diria que era filha de Aiba, tendo puxado a mãe em quase tudo.
                Sempre que podia, Jéssika recorria à Eloise. Mesmo tendo parado de trabalhar para se dedicar aos filhos até que crescessem, ela não dava conta.
                Mizuki estava particularmente irritada nesse dia, e depois de dar alguns tapas no irmão, que correu até a mãe chorando, pôs-se a chorar também enquanto Jéssika olhava atônita. Eloise pegou Mizuki e a colocou sobre o sofá, olhando para ela repreensivamente e murmurando um “não pode!”. Em seguida, tomou Makoto em seus braços e sentou-se ao lado de Mizuki, ligando a TV. Cerca de dez minutos depois, os dois estavam adormecidos, o rosto marcado pelas lágrimas.
                – Elô, não sei o que seria de mim sem você. – Jéssika falou, tomando Makoto em seus braços e levando-o para o quarto – Quando o Masaki não está, eles me enlouquecem!
                – Você sabe que tenho jeito com crianças. – sorriu, pensando em Harumi – Apesar de fazer algum tempo desde que a Haru era desse tamanho.
                Cada dia mais inteligente e responsável, a pequena – que sempre seria a pequena de sua mãe – só lhe deixava mais orgulhosa. Ela havia formado grupos de estudo na escola com os colegas que não entendiam a matéria. Com isso, passava boa parte do tempo ajudando-os, quando não estava em aula.
                – Ela está tão grande, né? Lembra quando os meninos foram pro Brasil? Ela tinha quase a mesma idade da Mizu e do Makoto. – Jéssika puxou a porta do quarto atrás de si.
                – Faz tempo, não é? Quem diria que estaríamos aqui agora, e você casada com o Aiba. – Eloise riu.
                Jéssika jogou-se no sofá e mesmo com o cansaço estampado em sua face, Eloise sabia que sempre encontraria um sorriso em seus lábios.
                – Até hoje ainda acho que estou sonhando. – mudou o canal da TV e deparou-se com o sorriso do marido. – Está acompanhando?
                Jun e Aiba atualmente trabalhavam em um dorama juntos, onde Aiba era o vilão de sangue frio e Jun o investigava sob pedido de Inoue Mao.
                – Quando consigo chegar a tempo... – Eloise não tinha horário fixo no trabalho – Estão lindos, não é?
                – Masaki é mais bonito pessoalmente. Não gosto de vê-lo como vilão.
                – Baka! – exclamou, deixando que um sorriso se abrisse em seu rosto. Este sumiu tão rapidamente quanto se formara. – Tenho que te contar uma coisa.
                – O que aconteceu? – Jéssika arrumou-se no sofá, curiosa.
                – É que... tá sabendo que o Jun está saindo com a Mao de novo?
                – Ah sim, Masaki comentou algo sobre isso.
                – Mas você acha que agora vai pra frente? Quero dizer, Jun já passou da idade de se casar agora. Ninguém iria julgá-lo caso acontecesse. – Eloise não estava conseguindo esconder o desconforto que sentia.
                – Olha, realmente não sei dizer... – ela considerou, percebendo em seguida que Eloise estava desconfortável – Algum problema com isso?
                – É... difícil admitir, mas acho... acho que estou com ciúmes. – o rubor tomou conta de sua face.
                – Elô, acho que está na hora de parar de brincar com ele, deixar com que ele siga em frente. Já faz quase oito anos que ele não sai com ninguém. – o tom de seriedade da amiga não deixava dúvidas de que ela reprovava a atitude de Eloise.
                – Mas eu não estou brincando! – reclamou.
                – Só não percebe, mas está sim! Ele faz tudo por você e pela Haru. Acha que é só por que ele é seu amigo? – Jéssika esperava por essa conversa há algum tempo – Ele te ama, e é o tipo de amor mais puro e sincero que já vi.
                – Se ele me ama tanto assim, por que está saindo com a Mao? – o ciúme tomava conta de Eloise.
                – Vai ver ele cansou de esperar você perceber o quanto ele te ama e resolveu seguir em frente. A Mao-chan sempre gostou dele e com esse novo dorama, veio a oportunidade. – ela analisou.
                – Mas... o Kenji... – sussurrou.
                – Elô, o Kenji se foi. Seu período de luto já acabou e eu aposto o que você quiser que ele gostaria de vê-la feliz, ao lado de alguém que goste de você tanto quanto ele gostava.
                O barulho do elevador parando naquele andar as alertou sobre a chegada de Aiba.
                – Pense sobre isso, pode ser sua última chance. – Jéssika disse enquanto Aiba girava a chave na fechadura.
                Naquela noite, Eloise não conseguiu dormir. Quando o sol estava quase nascendo, foi para o quarto da filha e aninhou-se a ela.
                – Está tudo bem, okassan? – Harumi murmurou, sonolenta.
                – Está sim, meu anjo. A okassan só está com saudades.
                – Do otousan? – ela abriu os olhos, virando-se para a mãe.
                – Também. Agora volte a dormir. – Eloise esfregou as costas dela, ternamente.
                ~ ~
                Com uma garrafa de vinho em mãos e um grosso cachecol enrolado no pescoço, Jun tocou a campainha. Era normal comer na casa de Eloise, mas agora que estava namorando parecia estranho.
                Vestindo um avental, Eloise abriu a porta e logo Harumi pulou em Jun. Em seguida, pendurou seu casaco no armário da entrada e ajeitou os sapatos dele num canto. Harumi sempre o recebia alegremente.
                – Está frio, né? – Jun comentou, enquanto acompanhava Eloise até a cozinha.
                – Hai. – Eloise respondeu, seca.
                – Qual o cardápio de hoje? – Jun encostou-se à pia, observando mãe e filha trabalharem juntas.
                – Talharim à primavera. – Harumi respondeu, levando os pratos até a mesa. – Está com muita fome, tio Jun?
                – Só um pouquinho. – ele sorriu, apertando as bochechas de Harumi – Como está indo na escola?
                – Hum, bem. Semana que vem a okaasan vai pegar meu boletim. – Harumi costumava mostrar suas notas a Jun.
                – Quero ver, hein! – na casa de Eloise, normalmente só se falava em português.
                – Está pronto. Já colocou a mesa, Haru? – Eloise finalmente disse. Jun percebeu que ela estava desconfortável. Quem o convidara para jantar fora Harumi.
                – Deixa que eu levo. – Jun pegou a travessa com o macarrão – Eu trouxe vinho.
                – Não posso beber, tenho trabalho amanhã.
                – Mas não é sua folga amanhã, okaasan? – Harumi pegou a garrafa de vinho e duas taças, colocando-as sobre a mesa.
                – Ah, verdade. – Eloise encarou Harumi disfarçadamente, e seu olhar dizia claramente que não era pra ela ter contado.
                Enquanto comiam, Eloise acompanhou Jun no vinho e depois ele insistiu em lavar a louça. Harumi secou, alegando que como a mãe havia cozinhado, não deveria se preocupar com a louça.
                Em seguida Harumi foi para o quarto, deixando-os sozinhos na sala. Logo a primeira garrafa de vinho chegou ao fim e Eloise pegou outra na cozinha. Conforme as garrafas se esvaziavam, o clima ia ficando mais leve. Finalmente, quando já havia quatro garrafas vazias sobre a mesa de centro, Eloise sentou-se ao lado de Jun.
                – Né, posso te contar uma coisa? – Eloise balbuciou.
                – Claro. – Jun sorriu e pegou a mão dela.
                – Eu tenho ciúmes de você. – ela sorriu. A bebida fazia com que perdesse a vergonha.
                – Por quê? – ele aproveitou-se, afinal ele esperava ouvir aquilo desde que começara a namorar.
                – Porque eu gosto de você. – sussurrou, aproximando-se dele.
                Seus lábios estavam quase se encostando quando Eloise apagou. Ela havia dormido. Sua cabeça encostada debilmente ao ombro de Jun, um sorriso em sua face.
                Jun tomou-a nos braços e levou-a até a cama. Certificou-se de cobri-la bem e beijou-lhe a testa. Passou no quarto de Harumi e fez o mesmo. Chamou um táxi e saiu, puxando a porta atrás de si. O sorriso em sua face era ainda maior que de costume.
                Naquela noite decidiu que terminaria com Mao e criaria coragem de se declarar para Eloise novamente. Ao que parecia, ela finalmente superara a perda de Kenji. Ouvi-la dizer que gostava dele era a melhor coisa que acontecera nos últimos anos.
               
Continua....


Nota: este é o penúltimo capítulo. Espero que tenham gostado, e em breve postarei o último.