[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 18

Capítulo 18

Assim que viu as várias ligações perdidas, Jun correu de volta para o Hotel, sabendo que os meninos estariam preocupados com ele. Antes de entrar no quarto, parou em frente à porta, arrumou os cabelos e abriu seu melhor sorriso.

– Jun-pon! Finalmente apareceu! ­ – Aiba exclamou assim que viu Jun entrando pela porta.

– Onde passou a noite? – Ohno perguntou, e não parecia nada feliz. As olheiras sob seus olhos indicavam que ele passara a noite acordado, esperando pelo amigo.

– Gomen nasai! Eu dormi na Ise-chan. – Jun falou, e deixou escapar um sorrisinho de lado.

– Custava avisar?! – Sho reclamou, mas em seguida paralisou – Espera aí... Você disse que dormiu na Ise-chan?

– Hai! – Jun exclamou.

– Mas dormiu na Ise-chan ou com a Ise-chan? – Nino perguntou antes que os outros pudessem registrar a informação.

– Com a Ise-chan, mas isso não importa. – Jun não conseguia esconder sua felicidade.

– Como assim, não importa? Há alguns dias você brigou comigo, dizendo que não era isso que queria com ela! – Sho reclamou, lembrando-se do sermão que levara do mais novo.

– Não foi planejado. Eu cheguei lá, falei sobre meus sentimentos e aconteceu. E quando eu disse que não queria isso com ela, eu quis dizer que quero muito mais. – Jun falou, o sorriso inabalavelmente instalado em sua face – Pode parecer apressado, mas eu sinto que a amo, que quero passar todos os dias da minha vida com ela. Quero criar a filha dela como se fosse minha. Quero me casar com ela. Vocês entendem a intensidade do meu sentimento?

– Jun, sinceramente, eu acho que você não está vendo todos os lados disso. – Aiba falou, tirando os olhos da tela do celular – Será que ela quer se casar com você? Que ela quer que você crie a filha dela? E mais, será que ela quer morar no Nihon?

– Seja realista, Jun-pon. – Nino falou – Você sabe que passa mais tempo no trabalho que em casa, sabe que mal tem tempo pra dormir e que quando chega em casa só quer saber de descansar. Acha que vai dar conta de uma família? Crianças querem carinho e as mulheres também!

– Eu realmente espero que não tenha dito nada desse tipo pra ela, e que pense muito antes de se decidir. Uma família é uma grande responsabilidade, e você já tem duas: nós quatro e os milhões de fãs espalhados pelo mundo. – Sho falou, olhando nos olhos do mais novo.

Desde que os quatro começaram a falar, o sorriso de Jun foi diminuindo, enquanto pensava. Mas ele estava decidido a levar essa história adiante, ele poderia lidar com as consequências. Tinha certeza disso.

– E tem mais uma coisa, né? – Ohno falou, um sorriso debochado em sua face. – Se em todos esses anos o Big Boss nunca concordou com casamento, você acha que ele vai concordar com essa loucura sua?

– Tenho certeza disso. – Jun falou, o sorriso reaparecendo.

                Aproveitando a deixa de Ohno, Jun resolveu contar aos outros sobre a conversa que tivera com o chefe no dia anterior.

~~

                – Okaasan, eu quero fazer a janta hoje! – Harumi falou, indo para a cozinha e abrindo as gavetas.

                – Vai ajudar a mama, é? – Eloise sorriu. Harumi realmente sabia como fazê-la se sentir melhor – E o que quer fazer?

                – Karê! – Harumi falou e saiu pulando pela casa.

                – Vamos chamar a Tia Jé pra ajudar também?

                – Hai!

                Pegou Harumi pela mão e foram juntas até o apartamento vizinho. Como sempre, Harumi quis tocar a campainha, e rapidamente a porta foi aberta por uma Jéssika meio apavorada.

                – O que houve? – Eloise perguntou, antes mesmo de dar oi.

                – O Masaki disse que vem jantar aqui... Eu não o convidei! – Jéssika abriu espaço para que as duas entrassem.

                Com uma rápida olhada, Eloise percebeu que a amiga estivera limpando a casa e que colocara algumas coisas no lugar. Além disso, ela também estava com os cabelos arrumados e havia tirado o pijama.

                – Ele vem sem ser convidado? – Eloise perguntou, confusa.

                – Sim! Desde que saímos do hospital ele está me convidando para sair. E eu estou recusando com vigor, porque tenho medo de me apegar. – Jéssika explicou rapidamente – Aí hoje, ele resolveu que viria jantar aqui em casa de qualquer jeito. Tive que dar meus pulos pra conseguir dar um jeito na bagunça que estava aqui.

                – Até o cabelo você arrumou, né? – Eloise fez piada com a cara da amiga.

                – E tirou o pijama também! – Harumi completou, analisando as roupas de Jéssika.

                – Até você, Haru!? – Jéssika reclamou, largando-se numa poltrona.

                – Precisa de ajuda? – Eloise perguntou, sabendo que nos armários da amiga a única coisa comestível que tinha era miojo.

                – Não, obrigada. Vou pedir pizza. – Jéssika falou, sorrindo.

                – Claro, claro. Muito saudável! – Eloise disse ironicamente – Então vamos, Haru, fazer nosso karê sozinhas.

                – Isso, me matem de vontade! – Jéssika reclamou, enquanto as duas passavam pela porta.

                – Se você quiser, fica o convite. Mas acho que vai preferir ficar com o Masaki, né? – Eloise falou, sendo puxada por Harumi, que agarrara a barra de seu casaco.

                Eloise deixou que Harumi colocasse os legumes na panela e pediu que lhe avisasse quando começasse a ferver – fazer bolhas, no entendimento da Haru –, o que a pequena fez com muita vontade. Logo, as duas estavam deitadas no sofá, de banho tomado e barriga cheia.

                Cansada, Harumi pegou no sono rapidamente. Depois de levá-la para a cama, Eloise resolveu dar uma olhada na internet, ver como o fandom estava reagindo à permanência do Arashi no Brasil. É claro que muita gente estava pensando seriamente em vir para Foz, mas como não aparecera nenhuma informação oficial sobre a estadia deles na Terra das Cataratas, ninguém tivera coragem de se aventurar. Ela decidiu que contaria que estivera com eles somente depois que eles voltassem, e aí, se deu conta: que eles voltariam. Jun a deixaria. Seus dias de sonho – mesmo atribulados – estavam acabando.

Resolveu que não choraria mais, até que eles partissem. Que iria aguentar firme e aproveitar muito os dias que restavam. Sabia que havia muita gente que daria qualquer coisa para estar em seu lugar e que, no futuro, se arrependeria por não ter aproveitado a oportunidade que lhe fora dada.

                Desligou o notebook e voltou para o sofá, para assistir algum dorama. Escolheu ver algumas partes de Bambino, para que pudesse se estressar com a bipolaridade do Ban e brigar com o Jun, que atuava como Ban, por algum motivo.

                Nem mesmo terminara o primeiro episódio quando a campainha tocou. Imaginando que seria Jéssika, pronta para lhe contar como fora com Aiba, Eloise deu pausa no dorama e correu abrir a porta.

                O choque ao ver a pessoa que se encontrava do lado de fora, foi tão grande que ela não conseguiu dizer nada. Sua promessa de que não choraria mais foi quebrada rapidamente, quando várias lágrimas escorreram de seus olhos e sua boca se abriu numa careta de pânico.

                Vestindo-se exatamente como Eloise se lembrava, o japonês que tanto mexia com seu coração, levou sua mão até a face de Eloise. Sem dizer uma palavra, Kenji secou suas lágrimas, os dois ainda parados à soleira da porta.