Capítulo 16
Jun
não conseguiu pregar os olhos nem por um segundo de noite, pensando sobre tudo
o que acontecera: o fato de Eloise ter uma filha, dela não ter contado a ele
antes, e também do teimoso Aiba ter passado mal. Claro que não passara de um
susto, mas como “aquele que se preocupa com o Arashi mais que todos”, ele
realmente ficara com medo de que Aiba novamente adoecesse.
Agora,
ele pesava o sentimento que tinha, vendo se realmente valia a pena apostar
nisso. Analisando se não se machucaria, se poderia cuidar de uma criança, se
era realmente amor. Também pensou em como seu chefe reagiria quando contasse
que pretendia se casar com uma brasileira, se aquela história desse certo.
Eloise
tampouco dormiu. O dia fora realmente conturbado, e suas emoções, que já
estavam sendo controladas com dificuldade, tomaram conta dela. Impotente,
deitou-se no sofá, a televisão desligada e deixou que todas as lágrimas
escorressem. Chorou por ter deixado Kenji, por não ter contado a ele sobre a gravidez,
por não tê-lo procurado em todos esses anos. Chorou por Jun, que realmente
parecia estar gostando dela, por não ser capaz de ler seus próprios
sentimentos, por não ser capaz de saber se o amava realmente. E chorou todas as
lágrimas que contera perto de Harumi, as lágrimas de pânico ao ver a amiga
esparramada no chão.
Quando
se sentiu mais leve, novamente deitou-se ao lado da filha e adormeceu com o
calor da pequena.
~~
Assim
que deixou Harumi na escola, Eloise foi para o hospital buscar a amiga. Foi
direto para o quarto, mas chegando lá encontrou somente uma cama vazia e as
coisas de Jéssika jogadas por todos os lados do quarto. Foi até a recepção e
perguntou, mas lhe disseram que ela deveria estar no quarto. Depois de
atravessar o corredor mais de três vezes, ouviu risos vindos do quarto que
julgava ser de Aiba. Espiou pela janelinha de vidro e viu Aiba e Jéssika
conversando animadamente. Nem mesmo pareciam estar doentes.
Pensou
diversas vezes antes de dar duas batidas leves na porta. Os dois se sobressaltaram
e logo Aiba, vendo quem era, pediu que Eloise entrasse.
–
Er, ohayou! – Eloise falou, sem jeito por ter atrapalhado os dois.
–
Ohayou gozaimasu! – os dois responderam em uníssono, olhando um para o outro e
em seguida caindo na gargalhada. Jéssika estava sentada na cama de Aiba ao lado
dele.
–
Como estão se sentindo? – Eloise perguntou.
–
Ótimos! – novamente responderam em uníssono, sorrindo.
–
Jé, o médico disse que você já pode ir para casa. – Eloise informou.
–
Hum, ok. – Jéssika disse, levantando-se da cama e seguindo até a porta.
–
Jessie, vai me ligar, né? – Aiba falou quando Jéssika estava fechando a porta.
–
É claro que vou. Muito obrigada por tornar a minha noite melhor. – Jéssika
respondeu e fechou a porta, com um sorriso de orelha a orelha.
–
Pode me explicar o que aconteceu? – Eloise perguntou quando já estavam dentro
do carro, vários minutos depois.
–
Eu estava com tédio ontem, logo que você saiu, aí meio que gritei por meus
doramas, em japonês. – Jéssika começou a contar, envergonhada – Aí ele apareceu
na porta do meu quarto. Disse que não estava conseguindo dormir e tampouco
entendia qualquer coisa que estava passando na TV. Ele entrou, e ficamos conversando
até que estivéssemos com sono. Depois ele foi para seu quarto dormir. Hoje pela
manhã, quando eu acordei, fui ver se ele já estava acordado e fiquei por ali.
–
Então você finalmente conversou com seu ichiban, né? – Eloise perguntou, rindo
da amiga – Contou pra ele que é uma fã?
–
Contei sim. Contei como os conheci, disse que era sua amiga. Inclusive, ele
gosta muito de você. Assunto para nós não faltou. – Jéssika não conseguia
conter sua felicidade.
–
Parece que foi o destino que os colocou nessa situação, não é? – Eloise falou.
–
E você, como passou a noite? – Jéssika perguntou, quando percebeu as olheiras
fundas sob os olhos da amiga.
Eloise
contou-lhe tudo que havia acontecido na tarde anterior, sobre seu medo de que
Jun não aceitaria o fato dela ter omitido dele a existência de Harumi, sobre a
vontade que sentia de ligar imediatamente para Kenji e dizer que também o amava
ainda.
~~
Era o oitavo dia do Arashi no Brasil e Jun já começava
a se preocupar com a ausência do chefe. Ele somente dera as caras uma vez desde
que chegaram, e desde então nenhum dos cinco ouviu falar sobre ele, nem mesmo
quando Aiba foi para o hospital, no dia anterior.
Enquanto os outros três foram até o hospital buscar
Aiba, Jun permaneceu no quarto, novamente com os fones nos ouvidos, concentrado
nas músicas que ouvia, evitando pensar em tudo que lhe assombrara durante toda
a noite.
Estava sozinho há quase uma hora quando ouviu a porta
do quarto sendo aberta. Certo de que
eram os meninos chegando, Jun nem se deu ao trabalho de olhar, mas
sobressaltou-se quando viu o chefe sentando-se na sua frente. Logo, arrancou os
dois fones.
– Fiquei sabendo que os outros tinham saído. Eu queria
conversar com você em particular. – Johnny Kitagawa falou, assim que toda
atenção de Jun estava voltada para ele.
–
Sou todo ouvidos. Algum problema? – Jun falou, preocupado. O chefe sempre
tratava das coisas em conjunto.
–
É algo pessoal. – ele começou – Achei que você seria uma boa pessoa para
conversar.
–
Conversar? – Jun perguntou, confuso.
–
Hai. Você sabe por que eu concordei em vir para o Brasil? – Johnny perguntou,
olhando dentro dos olhos do mais novo do Arashi.
–
Para que nós fizéssemos o acampamento, não é? – Jun disse, ainda mais confuso
que antes.
–
Não, isso foi uma desculpa para que eu viesse resolver um problema do passado.
– Ele falou – Há muitos anos conheci uma mulher, uma mestiça de brasileiro com
japonês. Ela estava no Japão em férias. Eu era jovem, ela também. Nós namoramos
por algum tempo e logo ela voltou para o Brasil, mas mantivemos contato por
carta. Em uma das cartas, eu a pedi em casamento e nunca recebi a resposta.
Também nunca corri atrás, mas meu coração sempre pertenceu a ela. Então, quando
propuseram vir para o Brasil, agarrei a oportunidade de encontrá-la.
–
Conseguiu encontrá-la? – Jun perguntou, pensando se não era esse o motivo do
pulso firme do chefe quando se tratava de relacionamentos.
–
Encontrei. Ela morreu há 3 anos. – ele falou e algumas lágrimas escorreram de
seus olhos – Procurei pelos filhos dela. Eles me contaram que o pai dela a
obrigou a se casar assim que voltou do Japão. Ela nunca me contou nada nas
cartas. Ela se casou grávida. O filho mais velho dela me disse que ela contou
no leito de morte nossa história. Disse que eu era pai dele e também que ela
esteve esperando por mim durante todos esses anos, mesmo casada. Eu não sei o
que fazer!
–
Será que o filho é seu mesmo? Sabe, é
fácil descobrir. – Jun falou, chocado com tudo que Kitagawa-san lhe contara e
mais chocado ainda pelo chefe ter lhe confiado toda essa história.
–
Ele diz estar disposto a fazer teste de DNA. – Johnny falou, as lágrimas
manchando-lhe a camisa – Mas agora eu me
pergunto se valeu a pena todos esses anos de trabalho e egoísmo, que eu me recusei
a procurá-la. Me pergunto se tudo não teria sido melhor se eu tivesse vindo
antes.
–
Kitagawa-san, o senhor errou sim em não procurá-la, mas não deve desistir
agora. O senhor criou uma grande empresa e nós dependemos do senhor. – Jun
realmente não sabia o que falar, porque ver aquele homem que sempre fora tão
duro, impotente daquela maneira, lhe deixava sem reação.
–
Eu sempre proibi relações amorosas entre “meus meninos” por medo de que
atrapalhasse no crescimento deles, gerasse boatos desnecessários... Mas hoje eu
vejo que um coração partido por uma relação mal resolvida pode ser pior que
qualquer outra coisa.
“Sinceramente, a partir de hoje, eu lhe digo: Se você
amar alguém, jogue-se de cabeça, não deixe a oportunidade passar, porque você
pode perder a chance de ter alguém que ama ao seu lado. Mas, é claro, também
não se esqueça do valor da amizade e da responsabilidade que você tem com os
fãs. Tem que saber pesar suas atitudes, suas escolhas.”
Diante da mudança brusca nos princípios do chefe, Jun
não pôde conter as lágrimas. Queria agora mesmo ir até a casa de Eloise e pedir
que ela fosse com ele para o Japão. Sem dizer nada, Johnny Kitagawa se levantou
e saiu pela porta tão inesperadamente quanto entrara e logo em seguida Aiba,
Sho, Nino e Ohno chegaram.
Jun não ousou comentar sobre a conversa que tivera com
o chefe e novamente colocou os fones e deixou sua mente vagar até uma solução.
Aiba contava alegremente sobre a colega que passara a
noite conversando com ele, a amiga de Eloise, e logo Jun acabou interessando-se
pelo assunto. O sorriso de Aiba era tão sincero que o fazia acreditar em amor à
primeira vista.
Assim
que o sol se pôs, Jun saiu do Hotel pronto para declarar-se à Eloise. Como o
apartamento dela era perto, resolveu ir a pé, para que pudesse pensar bem nas
palavras que usaria ao chegar lá.
Nervoso,
tocou a campainha. Eloise estava de pijamas, os cabelos desgrenhados, mas aos
seus olhos, continuava linda.
–
O que você está fazendo aqui? – Eloise perguntou, tentando arrumar os cabelos.
–
Posso entrar? – Jun perguntou, já entrando. – Onde está sua filha?
–
Acabou de dormir. Estávamos na Jéssika até agora, vim para tomar banho. –
Eloise contou, tentando justificar a situação em que se encontrava.
–
Eu só preciso te falar uma coisa. – Jun sentou-se no sofá e puxou Eloise para
que se sentasse ao seu lado. Envolveu as mãos dela com as suas e chegou o mais
próximo que podia do rosto dela sem que os lábios se tocassem. Olhou no fundo
de seus olhos claros – Hoje, a pessoa que eu menos esperava pediu que eu
corresse atrás da pessoa que eu amo. E cá estou eu. Eroise-chan, eu te amo.
Pode não acreditar, mas eu te amo! Quero passar todos os dias da minha vida com
você e com sua pequena. Quero que...
Eloise,
do jeito que estava abalada emocionalmente, não pôde se conter e deixou que
seus lábios se tocassem, calando-o. Logo, ele envolveu-a com seus braços e ela
levou sua mão até os cabelos dele. Ela levantou-se e guiou-o até seu quarto,
onde ele deitou-a na cama e arrancou a camisa.
'Também pensou em como seu chefe reagiria quando contasse que pretendia se casar com uma brasileira, se aquela história desse certo.'
ResponderExcluirDjun! Vc pensa muito rápido!
' – Jessie, vai me ligar, né? – Aiba falou quando Jéssika estava fechando a porta.'
Jessie, ano sa ano sa xD
1Kitagawa-san, o senhor errou sim em não procurá-la, mas não deve desistir agora. O senhor criou uma grande empresa e nós dependemos do senhor'
Isso mesmo, sábio Djun. Sem tio Jhonny não haveriam jhonnys xD
Meu merlin... sou Jeh+Aiba Team! \o/
O Jun pensa muito rápido mesmo ~é amor à primeira vista e ele não quer ter que se separar dela né? Meio mundo te separando do seu amor é crueldade! :)
ExcluirÉ Team JessAiba ~ Todos são né? Eles são dois desastrados fofos e que combinam perfeitamente :)
Viu como meu Jun é sábio? ~
L, obrigada por ler e comentar :)
Wow! Nossa, Johnny-san! =( Caramba, por essa eu não esperava mesmo!
ResponderExcluirE eita, Jun, como vc é apressado, já está até falando d casar kkkkkkkk
Jeh e Aiba fofos no hospital! kkkkkkkk
-Dani
Acho que ninguém esperava pela história do Tio Johnny ~ nem eu sei de onde saiu a ideia, mas eu sei que só consegui estruturar a história depois que eu resolvi que ia dar a tal namorada pra ele ~só que eu resolvi matar ela.*porque sou má*
ExcluirEntão, eu acho que a decisão dele de querer casar é mais porque ele não quer ficar separado dela por meio mundo né? Acho que ele quer ela pertinho dele :)
E todos virando Team JessAiba em 3,2,1... (Ninguém quer ser Team JunIse?)*deprime*
Obrigada por ler e comentar, Dani! :)
Sugeee neeee!!! Bom, pelo menos o meu Ninomiii continua solteiro kkkkkk Omedetou Ise chan!!
ResponderExcluirJúlia Vicheti =3
Nininho vai continuar solteiro, fica tranquila. Ohno não deixa ele arrumar namorada, assim como o Ohno também não pode arrumar uma! :)
ExcluirObrigada por ler e comentar, Julia! o/
Oh chan seu malvadenhoooo!!! u.u deixa meu Nininho em paz!!!! KKKKKK Adoro esses dois....
ResponderExcluirJúlia Vicheti =3
Haha, eu também adooooro!
ExcluirJulia, obrigada por acompanhar a fic que já está na reta final! Obrigada por comentar! :)
Sho vai ter par tbm ??? ♥.♥
ResponderExcluirSem par pro Sho. :3
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