segunda-feira, 3 de setembro de 2012

[Fanfic] Dear Sun - Capítulo 22




Capítulo 22

               
                Assim que os primeiros raios de sol invadiram o quarto, Kenji acordou. Um sorriso ocupou sua face quando viu quem estava ao seu lado: sua amada e sua filha. Mesmo ele tendo descoberto há muito pouco sobre a existência de uma filha, já a amava de todo o coração, como se ela sempre tivesse estado ao lado dele.
Mãe e filha ressonavam calmamente, então Kenji resolveu levantar-se e preparar o café da manhã para as duas. Vasculhou a geladeira e, alguns minutos depois, uma mesa digna de novela estava posta, esperando que elas acordassem.
Cheirou sua camisa e constatou que precisava de um banho. Antes de sair, rabiscou um bilhete, avisando que iria até o hotel e que logo voltaria.
Ainda era tudo muito confuso, mas ele estava muito feliz por poder estar ao lado de Eloise novamente, mesmo que não tivessem resolvido muita coisa na noite anterior. Saber que tinha uma filha era algo que ele nunca havia imaginado, uma sensação desconhecida, e ele simplesmente se sentia responsável por ela agora, sentia que tinha que amá-la e protegê-la de tudo e todos.
                O hotel era perto do apartamento de Eloise, então foi andando. Ao entrar no saguão deparou-se com um grupo de japoneses tentando conversar com a recepcionista. Percebeu que eles estavam encontrando dificuldades e então se aproximou.
                – Vocês precisam de ajuda? – Kenji perguntou no que julgava ser um japonês perfeito.
                – Ah, arigatou! – um deles exclamou – Precisamos de um táxi.
                – Para onde? – Kenji perguntou, sabendo que a recepcionista pediria o endereço. Outro deles, que aparentava ser o mais novo, falou o endereço.
                Kenji encarregou-se de pedir à recepcionista um táxi para os quatro e, dizendo um “sayonara”, deixou-os no saguão esperando pelo veículo. Aquela sensação de que os conhecia de algum lugar não abandonava sua cabeça.
                Como costume, deixou tocando músicas no celular enquanto tomava banho, e depois da terceira ou quarta música, uma bem conhecida começou a tocar. Reconheceu-a instantaneamente e começou a cantarolar junto. Era a música que fizera o cover para Eloise: My Girl. Só quando a música já estava no final, deu-se conta de que os japoneses que ajudara quando chegou eram ninguém mais, ninguém menos que quatro dos cinco membros do Arashi.
                Pensando em contar logo pra Eloise, terminou o banho, fez a barba rapidinho e vestiu-se.

~~

                Quando acordou, Eloise encontrou um bilhete sobre a cabeceira da cama. Harumi ainda dormia tranquilamente e, como era sábado, a pequena não tinha que ir para a escola. Percebeu as cobertas reviradas do lado oposto da cama e concluiu que Kenji havia dormido ali.
                Nem sabia o que pensar, tudo havia ficado tão confuso na noite anterior... Ela acabou dormindo sem poder concluir as tantas coisas que estavam pendentes há anos.
                Levantou-se e foi até a cozinha, onde encontrou todo o conteúdo de seus armários e geladeira arrumados sobre a mesa. Ele havia feito até panquecas. Esboçou um sorriso para a atitude de Kenji. Ele sempre fizera café da manhã e ela havia sentido falta disso cada dia que passara longe dele.
                Sabendo que ele demoraria, foi tomar banho. A água quente caindo sobre sua cabeça a ajudava a determinar coisas que não conseguira na noite passada.
                Com o cabelo enrolado em uma toalha e o corpo em outra, Eloise ouviu a campainha tocar. Certa de que era Kenji, correu até a porta e abriu-a. Sobressaltou-se quando percebeu que não era Kenji e sim, Ohno, Nino, Sho e Jun.
                Antes que pudesse pensar duas vezes, bateu a porta na cara deles.
                – Ei! O que aconteceu? – Sho perguntou, confuso com a reação dela.
                – Ela estava enrolada numa toalha – Jun sussurrou para os outros.
                – Eu preciso me vestir! – Eloise respondeu, encostada à porta, do lado de dentro.
                – Vai, nós esperamos aqui. – Nino respondeu, num tom reclamão, puxando o DS do bolso.
                Eloise correu até seu quarto e pegou a primeira roupa que viu na frente, um vestido de malha meio curto, vestiu-o e foi até o banheiro. Penteou os cabelos de qualquer jeito e voltou à porta.
                Totalmente envergonhada, Eloise abriu-a novamente e deparou-se com os quatro esperando-a pacientemente.
                – Gomen ne.– Eloise disse, curvando-se.
                – Ohayou! – Sho exclamou, ignorando as desculpas dela.
                – Ohayou gosaimasu! – Eloise respondeu e convidou-os a entrar.
                Os quatro acomodaram-se no sofá e durante alguns segundos ninguém falou nada.
                – À que devo a honra da visita, em pleno sábado pela manhã? – Eloise perguntou, sorrindo.
                – Aiba-chan não dormiu no hotel, então viemos ver se está tudo bem – Nino começou.
                – Mas como ficamos com vergonha de bater lá, achamos melhor passar aqui antes. – Jun completou, mantendo seus olhos fixos nos de Eloise, como se esperasse algum sinal.
                – Ahm... Verdade, quando eu fui lá ontem de noite ele estava lá. – Eloise falou, lembrando-se da gritaria que havia feito na frente dele.
                – Você não quer ligar pra Jessie e pedir para o Aiba vir? – Sho perguntou, pensando que seria mais fácil que bater lá na cara dura e acabar com o romance.
                – Bom, acho melhor você ligar. – Eloise disse, sabendo que ficaria estranho se ligasse pra Jéssika depois da briga que tiveram, entregando seu celular para Nino – Já está chamando.
                – O quê? Eu? – Nino falou, levando o celular à orelha – Ah, Oi, Jessie. É... é o Nino.
                – Então o Aiba dormiu na casa da Jé? – Eloise perguntou, pensando sobre a noite dos dois.
                – Achamos que sim, já que ele não voltou para o Hotel. – Sho respondeu.
                – Er, o Aiba tá vindo. – Nino informou – Eles ainda estavam dormindo.

 ~ ~
               
                Jéssika e Aiba acabaram por adormecer no sofá, Aiba no canto, abraçado a ela, que estava mais na ponta, enquanto assistiam ao quarto filme da noite.
                Quando amanheceu, Jéssika acordou com a claridade que entrava pela persiana e chamou Aiba para que fossem dormir no quarto, onde era mais escuro. Ambos, bastante sonolentos, largaram-se na cama e dormiram novamente, abraçados.
                Ouvindo seu celular tocar ao longe, Jéssika acordou. Assustou-se ao constatar que era Nino, e demorou alguns segundos para lembrar que deveria falar em Japonês.
                Depois de perceber que Aiba acabara por não avisa-los que dormiria em sua casa, Jéssika prometeu que iria acordá-lo e que logo ele estaria no apartamento de Eloise.
                – Masaki? – Jéssika sussurrou bem perto do ouvido dele, beijando sua clavícula.
                – Hm? – Aiba gemeu e virou-se.
                – Acho melhor acordar. Estão vindo te buscar com tridentes e archotes aqui, porque você não avisou que ia dormir fora. – Jéssika falou, sabendo que assim ele despertaria.
                – Hã? – Aiba perguntou, levantando-se de um salto.
                – Estou brincando! – Jéssika exclamou, aproximando-se dele e beijando sua face. – O Kazu ligou pedindo que você fosse pra casa da Eroise.
                – Eles estão ali? – Aiba perguntou, tirando uma mecha do cabelo de Jéssika que havia caído sobre o olho.
                – Acho que sim. – Jéssika respondeu – Mas eu não vou com você. Acho melhor deixar as coisas esfriarem um pouco, depois de ontem...
                – Verdade – Aiba falou, olhando-a com ternura.
                – Quer tomar banho? Só não tenho roupas limpas, mas posso te emprestar uma toalha. – Jéssika sorriu.
                – Acho que vou querer. Aqui é muito quente! – Aiba exclamou.
                – Nem queira ver como é o verão! – Jéssika disse, entregando-lhe uma toalha macia. – Vai tomar banho que vou arrumar algo para comer.
                – Tá bom. – Aiba disse, tirando a camisa antes de entrar no banheiro. Jéssika percebeu a linha fina que era a cicatriz em seu peito, e aproximou-se. – O que foi?
                – Nada, é só que... tenho muito orgulho de você. – Ela disse, passando o dedo na cicatriz e em seguida, beijando-a.
                Aiba abraçou-a ternamente e beijou seus lábios, do mesmo jeito que fizera na noite anterior. Em seguida entrou no banheiro, fechando a porta atrás de si.
                Depois de sair do banho, tomaram café da manhã juntos, e Jéssika abriu a porta pra ele, despedindo-se com outro beijo.
                Aiba atravessou o corredor e tocou a campainha do apartamento de Eloise, que logo abriu, com um largo sorriso no rosto. Nem bem entrou, Nino, Sho e Ohno disseram que eles tinham que sair, sem informarem o motivo e puxaram-no para fora do apartamento.

 ~ ~

                Assim que Jun e Eloise foram deixados sozinhos, Jun percebeu que Eloise ficava desconfortável.
                – A Haru ainda está dormindo? – Jun perguntou, olhando-a com curiosidade.
                – Hai! – Eloise respondeu, sem saber o que fazer.
                – Percebi a mesa posta para o café, duas xícaras, duas facas... Está esperando alguém? – Jun perguntou, sabendo que poderia ouvir algo que não queria.
                – Na verdade... estou. Sinto muito. – Eloise disse.
                – Você vai me dizer quem é? – Jun perguntou, segurando uma das mãos dela.
                – O pai da minha Haru. – Ela disse, decidindo que ser direta era o melhor a ser feito. Pensar num amor impossível e à distancia, nesse momento, lhe parecia surreal, apesar de sentir algo se partindo dentro de si.
                – Mas ele... – Jun começou e foi interrompido por Eloise.
                – Ele voltou. Ele me encontrou. – Eloise disse, sentindo uma parte de seu coração sendo dilacerada.
                – E eu...? – Jun disse, confuso.
                – Nunca houve nada, não é? – Eloise disse, sentindo a aspereza de suas palavras.
                – Como...? Hã? – Jun nem sequer conseguia entender o sentido das palavras dela, que se misturavam em sua cabeça.
                – Foi só uma brincadeira, uma aventura. Você queria saber como era ficar com uma fã. – Eloise falou, sabendo que o que estava dizendo não era verdade – Pronto, experimentou. Daqui a três dias está indo embora, então, prefiro que não haja mais nada desde agora.
                – O quê? O quê...? – Jun quase podia ouvir seu coração sendo quebrado em várias partes, como vidro sendo atirado ao chão.
                – Você sempre, sempre será meu ichiban, mas agora, por favor, me deixe em paz. – Eloise falou, e abriu a porta para que ele saísse.
                Quando olhou para fora, constatou que Kenji estava ali, com o dedo quase apertando a campainha. Ele observou curiosamente a cena: Eloise segurando a porta, e Jun com cara de quem fora atropelado por um caminhão.
                – Por favor. – Eloise repetiu.
                Jun não conseguiu dizer nada, só abaixou a cabeça e saiu, sentindo que poderia desmoronar a qualquer segundo.
                Kenji entrou, curioso, assim que Jun saiu, e fechou a porta atrás de si.
                Quando chegou ao meio do corredor, Jun não pôde mais suportar. Encostou-se à parede e deixou que seu corpo escorregasse até o chão, onde envolveu as pernas com os braços e chorou baixinho por horas a fio, desejando que sua mãe tivesse ali para lhe consolar.


5 comentários:

  1. Tadinho do Jun... que dó...

    Bjssss... Parabéns!!!
    Bete

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    1. Coitado mesmo né? Meu coração partiu quando escrevi isso, mas é essencial para o resto da história.

      Obrigada mesmo, por ler e comentar, Bete ~

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  2. Meu comentário finalmente veio!!!!
    Ai, q dor... tadinho do Jun.
    Foi super fofo o Kenji deitando com elas no final do outro cap e tals, mas... coitadinho do Jun-chan, quase q EU abraço esse ser pra consolar na ultima frase desse cap.
    Enfim, está ótimo, Eloise!

    -Dani

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    1. Ain, finalmente Dani ~
      Ain, eu fiquei com muito dó dele, mas fazer o que, é o rumo que a história ganhou né!? ~
      Kenji é um fofo ~ Imagina eu querendo consolar o Jun né?

      Aaaaah, arigatou por comentar! :)

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  3. Aaaaaaah, nao maltrata ele assim Eloo!!
    Fazer oq, neah?! Jah q vc trata ele assim, eu cuido dele... -sqn xDD

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